Luís de Matos| Sessão de Apresentação da Candidatura, 5 de junho de 2018| Convento São Francisco, Coimbra

“Ao longo dos últimos 33 anos, desde a sua criação em 1985, o projeto das Capitais Europeias da Cultura transformou-se num dos mais ambiciosos e destacados a nível Europeu.

 

Trata-se de um evento, de dimensão internacional, que decorre num determinado espaço geográfico por um período de 12 meses, no qual se celebra a cultura, na sua diversidade e riqueza, e onde ocorrem transformações estruturantes que garantem sustentadas e indeléveis consequências, após a sua realização.

 

Na maioria das 56 cidades que até hoje obtiveram o estatuto de Capital Europeia da Cultura, o investimento cultural visou uma estratégia global de desenvolvimento económico, social e urbano, a médio e a longo prazo.  É por isso que esta candidatura, por todos nós assumida, não se esgota no que de essencial acontecerá em 2027 – e que se iniciará aliás bem antes desta data – mas será igualmente motivada pelo que desejamos que a nossa região seja a partir de 2028. Trata-se de mostrar não o só que Coimbra é, mas o que Coimbra quer e deve ser, no panorama nacional e internacional!

 

Em Portugal, este evento foi já acolhido por Lisboa, em 1994, Porto, em 2001 e Guimarães, em 2012.

 

Entendemos que é chegada a hora de Coimbra ser Capital Europeia da Cultura, depois de se ter assumido como Capital Nacional do Teatro, em 1992, Capital Nacional da Cultura, em 2003, e Património da Humanidade, em 2013. O carácter cada vez mais competitivo da corrida ao título não fará senão estimular, em todos os atores implicados, a criatividade, o pensamento e a reflexão (a título de exemplo, para 2019, foram 21 as cidades que apresentaram candidaturas em Itália, tendo seis passado à final e tendo sido Matera a escolhida).

 

Entendemos também que a região centro do país deverá ser a área geográfica abrangida pelo evento, como igualmente estamos certos de ser Coimbra o seu epicentro natural, histórica e socialmente incontornável.

 

Ao longo de três décadas muitas foram as Capitais, e mais ainda as cidades candidatas que sucumbiram à confinada e redutora celebração da cultura local, confundindo um evento regional, ou mesmo nacional, com um evento europeu na dimensão que se lhe impõe!

 

Por isso, a interpretação do título Capital Europeia da Cultura deve ser, no mínimo, literal, não podendo ser confundida com Capital Regional ou mesmo Nacional. Tal como no desporto, onde, em qualquer campeonato Europeu e qualquer que seja a modalidade, os melhores de cada país estarão sempre juntos, também na Cultura, quando se trata de uma Capital Europeia, a celebração só pode ser plural, comemorando-se em conjunto, a partir de uma cultura local anfitriã, a diversidade e riqueza de uma Europa global.

 

A forma como Coimbra se inscreveu na Europa, historicamente e em domínios diversos, nela deixou marcas fortes de uma identidade europeia. Conferindo a esta relação com o passado o valor que ela merece, é na força da cultura contemporânea, na sua riqueza e vitalidade, que buscaremos novos laços e intercâmbios, através da promoção de parcerias entre criadores, parceiros e agentes culturais em geral.

 

Queremos que 2027 seja um ponto de viragem. Uma oportunidade que não podemos perder. A reflexão que se impõe é a de todos. Esta candidatura é, desde a primeira hora, inclusiva, mobilizadora e apaixonada.

 

Faremos consultas públicas à procura de ideias que poderão fazer a diferença e contribuir para um projeto maior. Daremos regularmente conta dos trabalhos em curso, em encontros semelhantes a este ou por uma via que possa chegar ainda a mais cidadãos. Façam vossa esta candidatura.

 

Depende de nós deixar Coimbra melhor do que a encontrámos e mais parecida com o que sonhámos que ela poderia ser. A cultura somos todos nós. Os que estamos, os que já partiram e os que hão-de vir.

 

O Grupo de Trabalho aqui presente é apenas um embrião. Cada um de nós trará mais cinco e cada um desses cinco trará outros tantos.

 

À vitória só chegaremos com o entusiasmo de todos. Sem agendas de província ou a arrogância de quem tudo sabe. A Capital Europeia da Cultura 2027 será o resultado de todos nós. O reflexo de sonhos e inquietudes que a todos já ocorreram. Este é o momento de passar à prática e vencer.

 

Por Portugal, queremos ser Capital Europeia da Cultura em 2027. A corrida começa agora. O movimento mobilizador começa aqui.

 

O que pedimos a cada um de vós aqui presente é que… traga mais cinco!”

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