Património Mundial da Humanidade

Património Mundial da Humanidade

A Universidade de Coimbra, Alta e Sofia formam um conjunto arquitetónico que, desde 2013, integra a lista de locais reconhecidos como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO.

A razão prende-se com o facto de estarmos perante testemunhos da criação, desenvolvimento e consolidação daquela que foi a primeira Universidade do país (e uma das mais antigas da Europa), uma instituição centenária que está intimamente ligada à história de Portugal. Primeiro, porque se afirmou como um centro de produção e transmissão do saber e da cultura, numa área geográfica que abrange quatro continentes, correspondentes ao antigo império português. Depois, porque a Universidade atravessou períodos significativos da história da arquitetura, da arte, do espaço geográfico e cultural portugueses sendo que, a sua história está intimamente relacionada com as reformas nos campos ideológicos, pedagógicos e culturais, representando uma longa génese cultural. Por último, porque a Universidade desempenhou um papel único na constituição e unidade da língua portuguesa, consagrando-se como importante oficina literária e centro difusor de novas ideias, tendo passado pela instituição vários escritores e divulgadores da língua e da cultura portuguesas. É devido à Universidade, centro intelectual de exceção, que Coimbra é conhecida por Cidade do Conhecimento. A Universidade, a Alta e Rua da Sofia são os dois núcleos arquitetónicos que contemplam edifícios ligados à história da Universidade. Ao todo, são 31 monumentos classificados:

 

1. PAÇO REAL | PAÇO DAS ESCOLAS | UC

 

PORTA FÉRREA

Entrada do antigo Paço Real à qual são adicionados, em 1634, dois portais com esculturas alegóricas das antigas Faculdades (Medicina, Leis, Teologia e Cânones), o rei fundador, D. Dinis, D. João III rei que estabelece definitivamente os Estudos Gerais em Coimbra, e a Sapiência, insígnia da instituição.

 

VIA LATINA

Grande colunata, de finais do século XVIII, cujo nome relembra a antiga regra que proibia qualquer outro idioma que não o latim quando por ela se passava.

Ao centro, um grupo escultórico, de Claude Laprade, com as alegorias da Justiça e da Fortaleza, ao qual se adicionou, em finais do século XVIII, a escultura representando D. José I.

 

SALA DOS CAPELOS

Antiga sala do trono que, no século XVII, é adaptada para receber os mais importantes atos da vida académica (abertura solene do ano letivo, provas doutorais, imposição de insígnias, tomada de posse de reitores, entre outros).

De destacar a galeria de pinturas que retratam todos os Reis de Portugal, exceto os da 3.ª Dinastia.

 

SALA DOS ARCHEIROS

Sala adaptada, durante o período da Reforma Pombalina, para guardar as armas da Guarda Real Académica.

A sala é decorada com um lambril de azulejos, de fabrico lisboeta, semelhantes aos que decoram os jardins do Palácio do Conde de Oeiras e Marquês de Pombal – Sebastião José de Carvalho e Melo.

 

SALA DO EXAME PRIVADO

Antiga Câmara Real, remodelada no início do século XVIII. O seu nome relembra o tempo em que algumas provas orais eram realizadas à porta fechada.

O interesse recai sobre as pinturas que retratam os reitores, desde 1537 até 1759.

 

GERAIS

Ocupando parte da antiga ala da rainha, o pátio de estilo clássico, de dois pisos, à volta do qual se dispunham as salas de aulas dos estudos gerais, resulta de obras de remodelação, tendo o piso superior sido executado pelos mestres de obras Manuel Alves Macamboa e José de Carvalho.

Especial destaque para os remates das portas das salas, da autoria de Claude Laprade, representando as antigas disciplinas lecionadas no seu interior.

 

TORRE

Ex-libris da Universidade e da própria cidade, foi construída durante o século XVIII, substituindo a anterior, da autoria de João de Ruão (século XVI). O arquiteto italiano que desenha a obra, António Cannevari, introduz-lhe aspetos barrocos bastante italianizantes. A construção ficou a cargo do português Gaspar Ferreira.

No topo apresenta um pequeno varandim e logo por baixo quatro relógios (um em cada face), seguidos de quatro sinos que regem a vida académica: a “cabra” de 1741, o “cabrão” de 1824, o “bolão” de 1561 e o dos “quartos”.

 

ESCADAS DE MINERVA

Em consequência das reformas de que o edifício foi alvo é dado, por volta de 1724, a Gaspar Ferreira, a tarefa de recriar as escadas de comunicação entre a universidade e a rua pública. A obra é o testemunho de que todo o edifício é dedicado à Sapiência: coroando o arco da escadaria surge a escultura barroca, evocativa da Sabedoria, da autoria de frei Cipriano da Cruz.

 

CAPELA DE SÃO MIGUEL

Antigo oratório do Palácio Real, datado do século XII, é alvo de grandes obras de ampliação no período manuelino, com projeto de Marcos Pires e Diogo de Castilho. O portal é uma alegoria à ideologia política do Rei D. Manuel I – é rei por direito divino!

No interior, o ex-libris deste espaço religioso: o órgão barroco, da autoria de Manuel de São Bento, com decoração de chinoiserie pintada a ouro.

 

CASA DA LIVRARIA | BIBLIOTECA JOANINA

Obra ímpar e reconhecida internacionalmente é comummente conhecida por Biblioteca Joanina, dado ter sido obra realizada no reinado de D. João V, cujo retrato, de grandes dimensões, da autoria de Dominico Duprá, ocupa o topo da biblioteca.

O portal exterior, em pedra, é reproduzido no interior por arcos de madeira marmoreada, cada um com o símbolo das diversas faculdades vigentes à altura, que delimitam a grande divisão em três salas.

As paredes estão revestidas de estantes, de dois andares, elaboradas em madeiras exóticas, policromadas e decoradas com motivos de chinoiserie.

Referência ainda para os frescos dos tetos, executados em tromp l’oie, com alegorias às faculdades, às virtudes e aos continentes.

 

PRISÃO ACADÉMICA

Estabelecida, em 1593, na ala norte do edifício, foi transferida, em 1773, para o que ficara do antigo cárcere real, mandado construir por D. João I, em finais do século XIV, e que serviam agora de infraestrutura à Casa da Livraria.

Aqui permaneceu até à data da extinção do foro académico, em 1832.

 

COLÉGIO DE SÃO PEDRO

Fundado em 1574, pelo Rei D. Sebastião, com o intuito de receber graduados em preparação para a docência universitária.

Ocupou a antiga ala das damas e dos oficiais e após a extinção das ordens religiosas é entregue à Universidade para alojamento da Família Real e usufruto dos Reitores.

O portal, de 1713, foi primeiramente colocado, junto à Porta Férrea, por forma a dar acesso direto à via pública.

 

AUDITÓRIO DA FACULDADE DE DIREITO

Inaugurado em 2001, o auditório da Faculdade de Direito, projeto dos arquitetos Fernando Távora e Bernardo Távora, foi a resposta às necessidades de ampliação de espaços letivos, mas também de espaço digno e próprio para acolher congressos, seminários e encontros científicos nas diversas áreas do saber.

 

2. CASA DOS MELO

Mandada erigir, no século XVI, por Duarte Melo, mestre-escola da Sé de Coimbra. As fachadas apresentam as armas dos Papas Clemente VII e Paulo III, janelas simples de avental e um portal, encimado por frontão triangular que antecede o pátio de entrada.

Pertence à Universidade de Coimbra, tendo sido residência dos seus funcionários e, em 1911, foi entregue à Escola Superior de Farmácia.

A partir de 1912 sofreu obras de restauro, sob a responsabilidade do Arquiteto Augusto de Carvalho Silva Pinto.

Após a transferência da Faculdade de Farmácia para instalações no Polo III (Polo de Ciências da Saúde) o edifício foi entregue à Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.

 

3. FACULDADE DE LETRAS

Criada em 1911, a Faculdade de Letras sucedeu à antiga Faculdade de Teologia, começando a funcionar num edifício situado no local hoje ocupado pela Biblioteca Geral e pelo Arquivo.

O projeto do novo edifício ficou a cargo do arquiteto Alberto Pessoa e a inauguração ocorreu a 22 de novembro de 1951.

Os portões, em ferro forjado, são pautados por aplicações de bronze, executadas na Escola de Belas Artes, por discípulos de Barata Feyo; simbolizam obras clássicas dos estudos lecionados no interior do edifício.

De referir ainda dois frescos, no átrio da faculdade: um é a Alegoria da Antiguidade Clássica, da autoria de Joaquim Rebocho; o outro é a Alegoria da Glorificação do Génio Português, obra do pintor Severo Portela.

No patamar que dá acesso ao edifício quatro estátuas, da autoria de Barata Feyo evocativas: da Eloquência, da Filosofia, da História e da Poesia.

 

4. BIBLIOTECA GERAL

Inaugurada em maio de 1956, a Biblioteca Geral, foi projetada por Alberto José Pessoa, ocupando o espaço da antiga Faculdade de Letras, local onde anteriormente se encontrava o antigo edifício do Colégio de São Paulo Eremita, do século XVI, que após a extinção das Ordens Religiosas foi sede do Conselho Superior de Instrução Pública, do Instituto de Coimbra, de um Museu de Antiguidades e Arqueologia, da Associação Académica de Coimbra e do Teatro Académico até à sua demolição, em 1942, para construção da Biblioteca Geral.

Na fachada destaque para os seis baixos-relevos, esculpidos por Duarte Angélico e António Duarte.

 

5. ARQUIVO DA UNIVERSIDADE

O edifício do Arquivo, de forte feição classicista, está dividido em duas secções distintas. A principal é composta por quatro pisos e está destinada à administração e aos serviços de consulta e atendimento ao público, através das salas de Leitura, de Catálogo, de Conferências e Exposições temporárias. A segunda secção, composta por seis pisos, funciona como depósito das várias espécies documentais, livros e pergaminhos.

Entre o volumoso património documental depositado no arquivo destaca-se, pelo seu valor histórico, o diploma fundacional dos Estudos Gerais em Portugal, outorgado por D. Dinis.

A construção tem início em 1943, segundo o projeto do arquiteto Alberto José Pessoa e o edifício é inaugurado em 1948. Foi o primeiro edifício finalizado na Cidade Universitária.

 

6. FACULDADE DE MEDICINA

Seguindo a estética adotada pelo Estado Novo, Lucínio da Cruz elabora o projeto do edifício da Faculdade de Medicina, inaugurado em maio de 1956.

As duas portas principais ostentam, cada uma, seis altos-relevos, da autoria de Euclides Vaz, representando as figuras portuguesas que mais se distinguiram na área das ciências médicas. Os portões são compostos por um conjunto de baixos-relevos, da autoria de Vasco Pereira da Conceição, alusivos à história da medicina.

De referir ainda, nos átrios principais, um fresco alusivo à evolução da medicina, da autoria de Severo Portela Júnior, e no átrio oposto o mesmo tema mas num grande relevo elaborado por Vasco Pereira da Conceição.

 

7. DEPARTAMENTO DE FÍSICA E DE QUÍMICA DA FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

Projetado por Lucínio da Cruz, foi o edifício cuja construção se prolongou por três décadas, dada a dimensão de todo o complexo (1942 – 1975).

Destaque especial para a escultura geométrica, em ferro pintado, da autoria de Fernando Conduto e para o painel de azulejos, no átrio do auditório, executado, em 1975, por Maria Manuela Madureira.

 

8. DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA DA FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

Construção inaugurada a 17 de abril de 1969, dia e cerimónia que marcam o início da Crise Académica.

Na fachada os baixos-relevos, datados de 1967, da autoria de Gustavo Bastos, evocam A Matemática como Ciência da Natureza, do lado esquerdo, e A Matemática como Ciência do Pensamento, no direito.

No átrio, dois grandes frescos de Almada Negreiros, assinados e datados de 1969, um dedicado à Matemática Portuguesa ao Serviço da Epopeia Nacional e outro à Matemática desde os Caldeus e Egípcios até aos nossos dias.

 

9. COLÉGIO DE SÃO JERÓNIMO

O Colégio de S. Jerónimo começou a ser construído sob a direção de Diogo de Castilho, a partir de 1565, data em que os frades Jerónimos adquiriram uma área suficientemente ampla para iniciarem as obras. O edifício ergueu-se sobre as muralhas da cidade, desde a Porta do Castelo, à qual ficou encostada a igreja. Desta primeira fase construtiva sobrevive ainda o claustro de planta quadrangular e dois pisos.

Com o terramoto de 1755 o edifício ficou bastante danificado e nesse período de reconstrução é feita a escadaria de aparato com dois lanços.

Extinto em 1834, dois anos depois o edifício entra na posse da Universidade, sendo, em 1848, adaptado a serviços hospitalares (Hospital Velho).

 

10. REAL COLÉGIO DAS ARTES

Estabelecido em 1548, funcionou inicialmente nas instalações do Colégio de São Miguel e do Colégio de Todos-os-Santos (pertencentes ao Mosteiro de Santa Cruz). Em 1555 é confiado à Companhia de Jesus sendo posteriormente transferido para casas junto do Colégio de Jesus na Alta da cidade; em 1568 inicia-se a construção do edifício definitivo que ainda hoje existe. Em 1759 os Jesuítas são expulsos de Portugal e o edifício do colégio é incorporado na Universidade. Distinto dos demais, não só por ter sido criado pelo Estado, mas porque exerceu funções específicas: as Artes corresponderiam ao atual Ensino Secundário e eram ensinadas na Universidade como preparação para a frequência de qualquer uma das três Faculdades, ditas Faculdades Maiores, em contraposição à   “Faculdade” de Artes, a Faculdade Menor; para retirar as Artes da alçada direta da Universidade, El-Rei Dom João III cria o Colégio das Artes. Virtualmente todos os propensos estudantes da Universidade deveriam estudar primeiro neste Colégio antes de serem admitidos nos estudos superiores.

 

11. LABORATÓRIO CHIMICO

O edifício primitivo, desenhado pela Casa do Risco, sob orientação de William Elsden foi vocacionado para o ensino da química, numa época em que o trabalho de laboratório era fundamental para a formação de médicos, farmacêuticos e estudantes da então Faculdade de Filosofia.

O ensino e investigação da química e da engenharia química mantiveram-se no edifício até 1998.

Correspondendo à necessidade de requalificar o edifício do Laboratório Chimico é inaugurado, em dezembro de 2006, o Museu da Ciência, um espaço interativo que dá a conhecer a ciência a todos os géneros de públicos. A requalificação do edifício seguiu o projeto dos arquitetos João Mendes Ribeiro, Carlos Antunes e Desirée Pedro que receberam o Prémio de Arquitetura Diogo de Castilho, em 2007.

 

12. COLÉGIO DE JESUS

Estabelecido em 1542 pela Companhia de Jesus, foi o primeiro Colégio da Ordem e o maior que existiu na cidade.

A sua finalidade era preparar missionários para todos os territórios descobertos e conquistados pelos Portugueses.

Com a expulsão da Companhia de Jesus, de Portugal, em 1759, os bens do Colégio foram anexados à Fazenda da Universidade. A sua igreja passou à categoria de Sé (Sé Nova) de Coimbra em, 1772. A parte colegial do edifício, com a reforma pombalina da Universidade, foi adaptada, entre 1773 e 1775, a novas funções; o Museu de História Natural, de alto valor histórico e científico.

Por este colégio, passaram homens de elevada craveira intelectual, como o famoso orador e escritor Padre António Vieira.

 

13. CASA DAS CALDEIRAS

Construída em 1941, aquando da modernização e ampliação das infraestruturas  geradoras de energia térmica para o funcionamento dos Hospitais da Universidade de Coimbra, a Casa das Caldeiras é um dos raros exemplos do património industrial da cidade.

Nas obras de recuperação e reintegração do edifício a novas funções, o recente mobiliário, de linhas modernas, foi harmoniosamente integrado com as originais disposições do interior, os acessos, as janelas, a grande chaminé e grande parte da maquinaria com duas caldeiras enormes, adquiridas, em 1939, à empresa britânica S.E. de C. Babcock & Wilcox.

 

14. ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA DE COIMBRA

O atual complexo académico começa a ser construído em 1954, segundo o projeto dos arquitetos Alberto José Pessoa e João Abel Manta. Constituídas por um conjunto de vários edifícios, nos quais se congregam variados serviços – cantinas, bares, ginásio, teatros, salas de ensaio e edifício das secções culturais e desportivas, as novas instalações  académicas revelam claramente a rutura estilística do “classicismo monumental” adotado na Alta universitária.

 

JARDINS DA AAC

Construídos no local onde se erguia a Casa da Quinta da Ribela dos Priores de Santa Cruz, a disposição dos novos edifícios da Associação Académica de Coimbra acabaram por criar um espaço de jardim, sem provocar o abate de árvores, permitindo, deste modo, uma requalificação do espaço segundo esboço paisagístico de Manuel Ferreira da Costa Cerveira.

De forma geométrica regular e com a utilização discreta de diferentes materiais, em todas as superfícies arquitetónicas: madeira, vidro, estruturas metálicas, foi instalado um equipamento urbano que pretende ser totalmente reversível.

 

MURAL DAS ATIVIDADES CULTURAIS DA ACADEMIA

Promovido pelo Estado Português com projeto de João Abel Manta que o desenhou sobre cartão, em 1958, tendo decorrido a execução em azulejos, em 1960, na Fábrica Viúva Lamego. Estes painéis representam as atividades da Associação Académica, nomeadamente cinema, dança, fotografia, grupos corais, imprensa, leitura, rádio, orfeão e teatro académico.

 

PAINÉIS DO TRAJE ACADÉMICO DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

Conjunto de sete painéis exibindo cenas com a evolução do traje académico da Universidade de Coimbra. Os painéis foram encomendados, a Abel Manta, pelo Estado Português, no âmbito da construção do edifício da Associação Académica de Coimbra e inaugurados em 1961.

 

15. COLÉGIO DE SÃO BENTO

Os frades beneditinos chegam a Coimbra, em 1555, a pedido de Frei Diogo de Murça, reitor da Universidade.

O edifício apresenta forte estética maneirista, destacando-se as fachadas nobres, com as bem ritmadas janelas de molduras direitas. A construção da Igreja do Colégio de S. Bento, atribuída ao arquiteto Baltazar Alves, foi concluída em 1634, tendo sido destruída em 1932 para a abertura da Rua do Arco da Traição.

Com a extinção das ordens religiosas os edifícios foram ocupados por várias instituições de ensino: Liceu D. João III / Liceu José Falcão / Liceu Nacional / Liceu D. Maria.

Acolhe atualmente várias valências da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.

 

16. JARDIM BOTÂNICO DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

Criado, em 1772, por iniciativa de Marquês de Pombal, estende-se por 13ha, em terrenos, na sua maioria cedidos pelos frades Beneditinos, com o objetivo de auxiliar o ensino das ciências médicas.

Atualmente, o Jardim Botânico organiza-se em diferentes espaços incluindo o Jardim clássico, com a Estufa (requalificada já no século XXI com projeto de João Mendes Ribeiro), canteiros temáticos e a Mata – sendo um dos espaços verdes mais emblemáticos da cidade de Coimbra.

A investigação científica, a conservação da biodiversidade e a educação são os pilares da missão do Jardim Botânico.

 

17. COLÉGIO DA SANTÍSSIMA TRINDADE

Estabelecido em 1552, começou a ser construído a partir de 1562, na Couraça de Lisboa. Extinto em 1834, o edifício foi vendido a particulares.

O conjunto, cuja construção teve início em 1555, é composto pela igreja e espaços necessários ao ensino e residência de religiosos pertencentes à Ordem da Santíssima Trindade da Redenção dos Cativos, era na sua igreja que o culto religioso da Universidade se realizava quando a Capela da Universidade estava impedida; insere-se na corrente artística maneirista, arquitetura sóbria e com pouca decoração.

O portal, terminado por volta de 1630, surge enquadrado por dois pares de colunas dóricas, assentes em pedestais, e coroado pelo símbolo da ordem trinitária.

Durante décadas, após a extinção das ordens religiosas, no século XIX, foi objeto de utilizações variadas. Após uma reabilitação profunda, com projeto de Aires Mateus, atualmente acolhe a Casa da Jurisprudência da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.

 

18. COLÉGIO DE SANTO ANTÓNIO DA PEDREIRA

Estabelecido, em 1602, em cima de uma pedreira, por frades Franciscanos Reformados ou Capuchos “Pedreiras” e integrado na Universidade em 1611. Extinto em 1834, o edifício passou para particulares e hoje é a Casa de Infância Dr. Elísio de Moura. Entre as áreas melhor preservadas encontram-se o claustro, com ligação direta à portaria do Colégio e a capela, com as paredes ornamentadas com azulejos, evocando episódios da vida de Santo António.

 

19. COLÉGIO DE SANTA RITA, DOS AGOSTINHOS DESCALÇOS OU DOS GRILOS

A Ordem dos Eremitas Descalços de Santo Agostinho, comummente conhecidos pelos padres grilos, uma vez que o convento em Lisboa situava-se no Grilo, chegam a Coimbra em 1755. A construção dos edifícios do colégio foi longa dado o declive do terreno onde foi implantado.

Após a extinção das ordens religiosas foi ocupado por várias instituições; vendido, em 1844, a um particular, regressa mais tarde à posse do Estado Português. Foi residência de professores (entre eles o então Lente, António de Oliveira Salazar), sede da Associação Académica e atualmente serviços da administração da Universidade de Coimbra.

 

20. IMPRENSA DA UNIVERSIDADE

Com a génese da Reforma Pombalina, em 1773, as instalações da Imprensa que ocupavam originalmente uma vasta área do espaço claustral da Sé e do novo edifício oitocentista.

Este edifício, de dois andares, tem a fachada principal com um portal encimado de frontão triangular, simples, ladeado por janelas de cada lado.

O edifício manteve a função original até 1934, época em que a Imprensa foi extinta pelo Estado Novo. Em 1999, foi reativada a Imprensa da Universidade no mesmo edifício.

 

21. SÉ VELHA

Assim que a sede de bispado é transferida de Conímbriga para Æminium ter-se-á construído um templo. Todavia a única prova física que nos atesta a existência de tal género de edifício, data de 1117 – data inscrita na pedra de sagração da igreja.

O edifício atual data da segunda metade do século XII, com projeto do francês Mestre Roberto seguindo a segunda fase do estilo românico coimbrão.

O exterior é robusto, simétrico, com escassas aberturas e coroamento de ameias com um portal decorado sob clara influência islâmica. Ainda no exterior há que referir a “Porta Especiosa”, do mestre João de Ruão, com uma elegante decoração renascentista.

No interior, destaque especial para o retábulo da capela-mor, em gótico flamejante, executado pelos escultores flamengos Olivier de Gand e Jean d’Ypres. De mencionar ainda o claustro, iniciado em 1218, a primeira experiência gótica em Portugal.

Numa casa próxima da Sé, podemos ver um painel de azulejos que recorda que “nesta casa viveu o trovador da liberdade José Afonso (o Zeca)”, músico, notável intérprete da canção de Coimbra e, provavelmente, o cantor de intervenção mais conhecido do século XX em Portugal.

Nas festas e tradições Académicas, a Sé Velha é símbolo de um dos momentos mais importantes no percurso de qualquer estudante de Coimbra. É na escadaria desta igreja que se realiza, todos os anos, a emblemática serenata monumental que marca o início da Queima das Fitas. Nessa noite, ao soarem as 12 badaladas, os estudantes, trajados, alinham num coro de silêncio para escutar o Fado. Para uns, a primeira vez que trajam de negro, marca o início de uma longa caminhada; para outros é hora da despedida e de levar com eles todas as vivências e aprendizagens que a cidade lhes proporcionou.

 

22. PALÁCIO SUB-RIBAS

Antiga torre defensiva da linha de muralha da cidade, adaptada a residência no século XVI e comprada por João Vaz que mais tarde adquiriu também os edifícios do lado oposto da rua, acabando por unir, através de um arco passadiço, o que hoje conhecemos como “Casa de Cima” ou “Casa do Arco” e a “Casa de Baixo” ou “Casa da Torre”, o Palácio de Sub-Ribas propriamente dito.

Especial referência merecem não só o portal manuelino da primeira metade do século XVI, mas também os baixos relevos, atribuídos às oficinas de João de Ruão, localizadas naquela área da cidade.

 

23. COLÉGIO NOVO, DE SANTO AGOSTINHO OU DA SAPIÊNCIA

Estabelecido em 1552, pelo bispo de Coimbra, Dom Afonso Castelo Branco, pertencia ao Mosteiro de Santa Cruz, que viu vantagem em construir um Colégio na Alta uma vez que os Colégios de São Miguel e de Todos-os-Santos haviam sido cedidos para instalar o recém criado Colégio das Artes.

Com a extinção das ordens religiosas, em 1834, o edifício passou para a dependência da Santa Casa da Misericórdia de Coimbra onde ainda hoje funcionam a igreja, o museu e o arquivo desta instituição. As restantes dependências foram cedidas pela, Misericórdia, à Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra.

 

24. MOSTEIRO DE SANTA CRUZ – PANTEÃO NACIONAL

Fundado, em 1131, com a aprovação e incentivo de D. Afonso Henriques, para a Ordem de Santo Agostinho, foi a casa conventual com mais influência na cidade, tendo contribuído para o desenvolvimento cultural, económico e político do País. Da época românica pouco resta, uma vez que, no século XVI, foram executadas grandes reformas e obras de restauro e alargamento da casa monástica, promovidas pelos reis D. Manuel I e D. João III. O grande destaque destas reformas cai inteiramente nos túmulos reais. Até à data os fundadores do reino encontravam-se em campa rasa no nártex da igreja românica. Após o alargamento da igreja, com a construção de uma nova capela-mor, foi dada a dignidade merecida através da encomenda dos túmulos reais, a Nicolau de  Chanterenne. As arcas tumulares, colocadas frente a frente, são enquadradas por retábulos pétreos, marcadamente do gótico final, mas onde a decoração manuelina impera e a renascentista começa a querer evidenciar-se. Em 2003 a igreja é reconhecida como Panteão Nacional, em Diário da República – I série, Lei 35/2003 de 22 de Agosto.

 

25. COLÉGIO DE SÃO MIGUEL E COLÉGIO DE TODOS OS SANTOS

 

COLÉGIO DE SÃO MIGUEL E COLÉGIO DE TODOS OS SANTOS

Estabelecidos em 1535, pertenciam ao Mosteiro de Santa Cruz. O Colégio de São Miguel destinava-se a alunos canonistas e teólogos de fidalgos abastados e o de Todos os Santos a alunos honrados e pobres. Deixam de existir em 1548 para albergar o recém criado Colégio das Artes que em 1555 é transferido para a Alta da Cidade, ficando sob a tutela dos Jesuítas. O Antigo Colégio é alvo de obras de requalificação, em 1566, para Tribunal da Inquisição, onde funcionou até 1821.

 

26. COLÉGIO DE SÃO BERNARDO OU DO ESPÍRITO SANTO

Separado do Colégio de Nossa Senhora do Carmo pela Ladeira do mesmo nome, e subsidiado pelo futuro Cardeal-Rei D. Henrique, foi entregue aos monges cistercienses em 1549.

Atualmente, muito adulterado, apresenta apenas uma parte da fachada original, tendo o lado do edifício, junto à Ladeira do Carmo, sido transformado num palácio oitocentista. Neste Colégio, estudaram grandes vultos da historiografia nacional como Bernardo de Brito, António e Francisco Brandão.

 

27. COLÉGIO DE SÃO BOAVENTURA OU DOS PIMENTAS

Estabelecido em 1550, pertenceu aos Franciscanos Conventuais da Província de Portugal “Venturas”; é incorporado na instituição universitária, por carta régia de 1556. No seguimento da separação da Província dos Capuchos de Santo António, determinou-se, por reunião capitular de 1584 a entrega do edifício aos franciscanos da Província dos Algarves que eram apelidados de “frades pimentas”.

Vendido a particulares após a extinção das ordens religiosas em 1834, o Colégio sofreu diversas alterações. É ainda percetível a silhueta da capela colegial, destacando-se os cunhais de cantaria e a empena triangular.

 

28. COLÉGIO DE NOSSA SENHORA DO CARMO

Construído em 1541, por ordem do bispo do Porto, Frei Baltasar Limpo, para residência de clérigos da diocese do Porto que desejavam frequentar a Universidade.

Em 1547, foi doado à Ordem dos Carmelitas Calçados, vindo a ser extinto, pela lei de 1834, passando para a Venerável Ordem Terceira de São Francisco, onde hoje se mantém instalada.

 

29. COLÉGIO DE NOSSA SENHORA DA GRAÇA

Mercê do auxílio de D. João III, e sob a direção do espanhol Frei Luís de Montoya, o Colégio começou a funcionar em 1543 para os Eremitas Calçados de Santo Agostinho, mais conhecidos por “Gracianos”, tendo sido incorporado na Universidade por Carta régia, em 1549. Tal como os outros, após a extinção das Ordens Religiosas e nacionalização das suas casas e bens, foi a Igreja entregue à Irmandade do Senhor dos Passos e a parte colegial está atualmente ocupada pela Liga dos Combatentes da Grande Guerra, pelo CES e pelo Centro de Documentação 25 de Abril.

 

30. COLÉGIO DE SÃO PEDRO DOS RELIGIOSOS TERCEIROS

Estabelecido, em 1540, pelo bispo de Miranda, Dom Rodrigo de Carvalho, para 12 clérigos pobres mirandeses estudarem. O edifício foi construído entre 1543 e 1548. Em 1574, El-Rei D. Sebastião concedeu a estes religiosos o edifício junto à Alcáçova Real (a Sul do que é hoje a Porta Férrea), passando o Colégio de São Pedro a usufruir de dois edifícios, um na Baixa, outro na Alta. O edifício da baixa ficou sob a alçada da Ordem Terceira Regular de São Francisco (frades Franciscanos Calçados ou frades Terceiros, vulgo “Borras”) e o da alta destinava-se a doutores e licenciados com vista à docência.

Efetuada a mudança, a partir de 1834, foi integrado no património da Universidade e, desde o século passado, após ter sofrido grandes alterações, foi adaptado a reitoria e serviços administrativos.

 

31. PALÁCIO DA JUSTIÇA | COLÉGIO DE SÃO TOMÁS DE AQUINO

Estabelecido em 1539 perto do rio, para os religiosos dominicanos, foi transferido para a Rua da Sofia, em 1546, devido às constantes inundações do Rio Mondego.

Com a venda dos Bens Nacionais, provocada pela extinção das Ordens Religiosas, em 1834, o edifício foi adquirido pelo conde do Ameal que, sob a orientação do arquiteto Silva Pinto, o transforma em residência/museu, dada a vasta coleção de arte de que era detentor.

Posteriormente o edifício volta a sofrer remodelações, desta vez projetadas pelo arquiteto Castelo Branco, para albergar as funções de Palácio da Justiça. São desta época os portões e alguns candelabros, em ferro forjado, da autoria de Daniel Rodrigues.

Da época inicial ficou apenas o claustro, traçado por Diogo de Castilho, ao qual se adicionaram motivos decorativos neorrenascentistas da autoria de João Machado, painéis azulejares assinados, por Jorge Colaço, retratando a História de Portugal e de Coimbra.

 

32. MUSEU NACIONAL DE MACHADO DE CASTRO

Fundado em 1911, o Museu Nacional Machado de Castro abriu ao público, em outubro de 1913, tendo sido elevado à categoria de Museu Nacional, em 1965, dada a qualidade e importância das suas coleções.

O museu ocupa o antigo Paço Episcopal construído sobre o Criptopórtico do fórum de Æminium, que constitui a mais significativa obra romana, datada do século I, em território nacional, da autoria de Caiuos Servius Lupo.

Entre os séculos XII-XVIII foram erguidos e remodelados os vários edifícios para residência episcopal. Das inúmeras reestruturações, destacam-se os vestígios do claustro românico do período “Condal” (c. 1100-1140) pertencente à igreja colegiada de São João de Almedina, a sua clássica e harmoniosa “Loggia” dos finais do séc. XVI e por fim a renovada Igreja de São João de Almedina em finais do século XVII inícios do século XVIII.

Já neste século foi alvo de um arrojado projeto de requalificação e ampliação de espaços, da autoria do arquiteto Gonçalo Byrne.

O nome do museu homenageia um dos maiores vultos da escultura nacional, Joaquim Machado de Castro (1731-1822) que nasceu nos arredores de Coimbra e foi escultor régio durante os reinados de D. José I, D. Maria e de D. João VI.

Todo conjunto de edifícios que compõe o museu foi classificado Património Mundial, a 7 de julho de 2019, integrando o bem “Universidade de Coimbra, Alta e Sofia”.

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