No caso concreto de Coimbra trata-se também de dar prioridade a uma política de recuperação do património construído que constitui uma relevante herança cultural e é documento vivo da história da Cidade e, certamente, do País. Expandir a cidade, sem critério, alargando os perímetros urbanos, significa aumentar as necessidades de investimento e desperdiçar recursos. Aqui, onde as infraestruturas abundam e se assiste a um esforço de modernização, onde as razões de proximidade aos centros administrativos exercem uma influência significativa nas opções de localização, é natural que se deseje fazer reviver o todo.
Ao dedicar uma parte considerável dos seus recursos ao Centro Histórico, a Câmara Municipal de Coimbra pretende, também, criar um novo tipo de relação com os munícipes interessados em colaborar nesta tarefa de reconstrução. O Centro Histórico corresponde a uma unidade de administração urbanística com poderes próprios de decisão e, principalmente, de acompanhamento e apoio aos administrados com a intenção de facilitar e explicar, de ajudar a resolver as questões colocadas em vez de complicar e demorar a encontrar soluções.
É também uma tentativa de criar novas regras de relação e princípios de prática administrativa.
Por isso, os cidadãos, as Juntas de Freguesia, as Associações, os serviços públicos são chamados a participar activa e interessadamente.
Sendo os recursos todos escassos, tratando-se de uma tarefa gigantesca, temos a consciência de constituir uma exigência absoluta que oferecerá melhor qualidade de vida e as bases do reconhecimento do Centro Histórico de Coimbra como Património da Humanidade.
O Presidente da Câmara Municipal de Coimbra
Carlos Manuel Sousa Encarnação