Intervenção inicial do vice-presidente Francisco Veiga | Reunião de Câmara, 16 de junho de 2025

 

Intervenção na íntegra:

 

1. Construção de Mural artístico

 

A CMC contratou a curadoria e a produção de uma intervenção artística, para a realização de um mural na baixa de Coimbra, da autoria do artista plástico Mário Belém, a instalar (ou melhor: já instalado) na fachada superior de um edifício localizado no cruzamento entre a Avenida Fernão de Magalhães, a Rua da Sota, Rua Adelino Veiga e o Largo das Ameias, que, com quase toda a certeza, já tiveram a oportunidade de ver.

 

Trata-se de uma intervenção artística numa fachada de um edifício privado e como tal permitam-me deixar aqui expresso, publicamente, uma palavra de apreço e agradecimento à proprietária do imóvel, que prestou autorização para o efeito. O meu bem-haja e agradecimento, pessoal e institucional, à senhora Maria Teresa Cabral Lopes Correia Gomes Porto, por prestar o seu pessoal consentimento, viabilizando assim esta intervenção artística, que nós acreditamos ser uma mais-valia para esta zona da cidade.   

 

Em boa verdade, o processo para a instalação deste mural corresponde a um desejo antigo dos comerciantes da Baixa, que já desde há algum tempo manifestavam a vontade de ver este espaço urbano intervencionado, reabilitado e esteticamente mais apelativo e aprazível.

 

Acontece que o projeto demorou algum tempo a ser apreciado e aprovado pela então Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC), entretanto extinta e incorporada na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, que só no início deste ano emitiu parecer favorável, indispensável para avançar com a intervenção cultural, nos moldes pretendidos.

 

Os comerciantes, apesar da demora na emissão do parecer, mantiveram sempre a vontade de ver esta fachada reabilitada e não desistiram de materializar este seu desejo antigo.

 

Conscientes de que este mural representaria um bom investimento para valorizar a baixa, estabeleceram novamente contacto com este executivo para avançar com a construção do referido mural, cujo projeto se veio a materializar recentemente, com a conclusão das obras já em finais de maio.

 

A pintura assenta numa proposta de imagem baseada na Lenda Popular da Batalha da Serpente Coluber, relativa à fundação da cidade de Coimbra, estando por isso intimamente relacionada com a história e a identidade de Coimbra, de modo a desenvolver na comunidade um sentimento coletivo de orgulho e pertença.

 

Para além o Município de Coimbra, que contratou a curadoria e produção, suportando encargos no valor total de 12.000,00€ (acrescido de IVA), este projeto teve como patrocinadores diretos mais 4 entidades privadas, que desenvolvem a sua atividade económica na baixa de Coimbra, a quem cumpre endereçar, a partir daqui, em nome da Câmara Municipal, um justo e merecido agradecimento público.

 

Também eles contribuíram e apoiaram significativamente esta obra, suportando alguns dos custos e despesas relacionadas, no valor de aproximadamente 4000,00€:

 

– o Hotel Oslo

– o Hotel Mondego

– o Nest Collective

– o Star Kebab & Pizza Coimbra (o estabelecimento comercial localizado na parte inferior do prédio)

 

O projeto ficou concluído em finais de maio e demorou sensivelmente 10 dias a realizar.

 

Com este projeto artístico, o espaço intervencionado ganhou uma envolvência mais aprazível para todos aqueles que frequentam a Baixa.

 

Este tipo de intervenção, que assenta na recuperação e valorização de fachadas com vista à valorização do espaço urbano envolvente, são intervenções que conferem aos espaços intervencionados uma dimensão artística, com significado cultural, e uma beleza acrescidas, transformando-se, para além de um elemento decorativo que contribui para o embelezamento da paisagem urbana, num motivo de atração turística com impacto na dinamização do espaço envolvente e na economia local, potenciando a atração de pessoas e de investimento. 

    

2. Balanço do concerto dos GUNS N’ ROSES | 6 de junho 2025 | Estádio Cidade de Coimbra

 

Coimbra nunca teve uma oferta turística, de lazer e cultural tão intensa e diversificada como nos últimos anos. Podemos não figurar, ainda, no Top 10 dos municípios com maior crescimento turístico, mas estamos seguramente no bom caminho para que venha a acontecer num futuro próximo. Pelo menos estamos a trabalhar e a esforçar-nos para isso.

 

No dia 6 de junho, o Estádio Cidade de Coimbra foi palco de mais um concerto memorável, da mítica e lendária banda norte-americana Guns N’ Roses, que ficará na história da cidade de Coimbra e na memória de todos aqueles que estiveram presentes.

 

Foi, à semelhança dos Coldplay em 2023, um momento inesquecível, embora estejamos a falar de 2 bandas com características e estilos totalmente diferentes, que atravessam diferentes fases das suas respetivas carreiras musicais e com um público-alvo também ele completamente distinto. Foi um concerto diferente mas igualmente memorável, que se prolongou durante 3 horas, numa atuação vibrante e surpreendente, sem interrupções, onde a banda efetivamente proporcionou um espetáculo arrebatador, demonstrando uma performance incrível, apesar da idade avançada dos seus membros. Quero expressar publicamente o meu agradecimento, pessoal e institucional, à promotora, elogiando a organização, bem como a todos os serviços que estiveram envolvidos nesta megaoperação logística, destacando o empenho e a colaboração prestada pelas forças de segurança, proteção civil e socorro, e demais serviços municipais que contribuíram para a organização deste evento, sem esquecer naturalmente os SMTUC, cuja colaboração foi essencial para garantir o sucesso do mesmo. De acordo com os dados apurados juntos do Serviço Municipal de Transportes Públicos (SMTUC), que disponibilizou 2 circuitos urbanos (um com ligação à Estação Velha e outro ao Fórum), foram vendidas 5450 pulseiras, que, em termos de receita apurada, se traduz em 27.250,00€.

 

Permitam-me endereçar uma palavra de especial agradecimento a todos os técnicos do Gabinete de Grandes Eventos, elogiando o seu desempenho irrepreensível enquanto Unidade Orgânica responsável por coordenar e articular toda a logística relacionada com a operação, fazendo a ponte com as diferentes entidades, autoridades e serviços municipais. Para quem desconhece, ou nunca esteve envolvido numa operação com estas características, pode eventualmente parecer fácil. Contudo operacionalizar eventos desta natureza – posso-vos garantir – é, para além de uma responsabilidade acrescida, um desafio gigantesco, que coloca à prova todo o nosso sentido de acolhimento e capacidade de organização. Segundo informação prestada pela PSP, não houve ocorrências ou incidentes a registar relacionadas com o evento, tendo esta força de segurança afetado no total 307 operacionais (172 para os cortes e condicionamento de trânsito e os restantes 135 para controlo de entradas, ordem pública e prevenção criminal). Em termos de mobilidade e trânsito – não vos vou mentir – foram detetados aspetos que podemos, e devemos, melhorar, mas de uma maneira geral posso assegurar que o evento correu de acordo com as nossas melhores expectativas, por isso Coimbra pode orgulhar-se e está – estamos todos – de parabéns. O feedback que temos recebido tem sido, de uma maneira geral, bastante positivo, o que nos deixa extremamente agradados e satisfeitos. Mais uma vez ficou demonstrado o que, em boa verdade, já  todos sabemos e que eu pessoalmente sempre defendi: que, para além da localização geográfica privilegiada que nos beneficia relativamente a outras cidades, temos excelentes condições, acessibilidades, infraestruturas, recursos e meios humanos para acolher e organizar eventos desta natureza, que são essenciais para projetar e reforçar a marca Coimbra, no contexto nacional e internacional, confirmando-se que Coimbra é, sem duvida, a 3 maior cidade do país, proporcionando, à semelhança de Lisboa e Porto, em termos de oferta cultural e de lazer, oportunidades idênticas. Coimbra pode, e deve, continuar a trilhar este caminho. Independentemente das eleições autárquicas que se avizinham e do resultado das eleições, eu espero que quem vier a seguir tenha a coragem política, visão, discernimento, bem como a capacidade de defender para Coimbra o estatuto que temos vindo a conquistar, dando continuidade a este caminho de afirmação e valorização do nosso território, sem falsas demagogias e interesses partidários. Coimbra precisa, Coimbra merece esta dinâmica para se afirmar e crescer em todos os planos, e especialmente no plano turístico e económico. A visibilidade, projeção mediática e o retorno económico, bem como as oportunidades que se geram como consequência inevitável do acolhimento deste tipo de eventos, é incomensuravelmente maior do que o investimento alocado para a sua realização.

 

Mas o concerto foi apenas um entre muitos outros eventos que comprovam a dinâmica cultural que Coimbra tem vindo a demonstrar nos últimos anos.  

 

3. IV Congresso Internacional “Diálogos Luso‑Sefarditas, 4-6 de junho, no CSF

 

Nesta mesma semana, entre 4 e 6 de junho, realizou-se, no Convento São Francisco, o IV Congresso Internacional “Diálogos Luso‑Sefarditas | Cidades-Mundo de Memória Judaica”, evento coorganizado pela Divisão de Museologia, em estreita articulação com outras entidades culturais, locais e nacionais, instituições académicas e comunidades científicas. O encontro, que reuniu investigadores, especialistas reconhecidos e estudiosos com interesse específico nesta temática em concreto, promoveu a reflexão sobre a presença sefardita no espaço urbano e o papel das cidades como lugares de memória e preservação da herança cultural judaica. Participaram 38 conferencistas de várias nacionalidades: Portugal, Espanha, França, Israel, Canadá, Brasil, Suíça, Países-Baixos, Itália, Ucrânia, Polónia e Alemanha.

 

Com um programa diversificado que incluiu comunicações e atividades culturais paralelas, o congresso destacou-se pela sua dimensão interdisciplinar e internacional, reforçando o papel de Coimbra na valorização do património judaico e na promoção do diálogo intercultural.

 

O evento, que contou com a participação de aproximadamente 300 participantes, contribuiu para reforçar o posicionamento de Coimbra como centro de referência no âmbito de estudos sefarditas, lançando, ao mesmo tempo, as bases para novos projetos de investigação e cooperação institucional, consolidando a cidade como um destino de referência nas rotas culturais associadas à História Sefardita.

 

Aproveito para agradecer e felicitar a Divisão de Museologia, que tem feito um trabalho notável, contribuindo, de forma relevante, para a preservação, divulgação e valorização da herança judaica.

 

Em momentos politicamente conturbados, como aquele que atravessamos atualmente, marcado por estranhos fenómenos sociológicos, como a ascensão da extrema-direita em Portugal e na Europa – situação que nos inspira profunda preocupação e que aponta no sentido de um retrocesso civilizacional sem precedentes desde o 25 de Abril -, é fundamental e imperioso manter viva a memória do passado.

 

Outro evento a que não posso deixar de fazer menção é o Festival de Cerveja Praxis Beer Fest, que decorreu justamente este fim de semana.

 

4. Festival de Cerveja Praxis Beer Fest | 13-15 de junho| Jardim da Sereia e Campo de Santa Cruz

 

Entre 13 a 15 de junho – sexta, sábado e domingo -, o Jardim da Sereia e o Campo de Santa Cruz foram palco da 1.ª edição do Praxis Beer Fest, um Festival Internacional de Cerveja artesanal, que alia música e gastronomia, organizado pela Praxis, em parceria com o Município de Coimbra.

 

Esta 1.ª edição – que eu espero que seja a primeira de muitas – insere-se no âmbito das celebrações do primeiro centenário das históricas cervejas Topázio e Onyx, originalmente produzidas em Coimbra e agora recriadas pela marca Praxis, com o objetivo de celebrar a história e o passado cervejeiro da cidade.

 

O evento juntou mais de 20 marcas de cervejas nacionais e internacionais, restaurantes de referência, espaços de lazer e música, proporcionando uma experiência única, familiar e inédita.

 

Para além de celebrar o património cultural e a tradição cervejeira de Coimbra, o festival Praxis Beer Fest teve como objetivo reafirmar o posicionamento da cidade como A capital da cerveja em Portugal, na mesma linha de raciocínio do que temos vindo a fazer com o Brew Coimbra!, que se realiza habitualmente em setembro, e o Strong Beers, em janeiro.

 

Permitam-me terminar com uma nota de justo e merecido agradecimento, pessoal e institucional, à Praxis, uma marca incontornável que, ao longo dos últimos anos, soube conquistar um lugar de destaque na história da cidade Coimbra, ao ponto de já se confundir com ela.  Foi efetivamente a Praxis quem teve a ideia de lançar o festival, estruturado e pensado de raiz, sem apoio financeiro municipal, contribuindo para dinamizar um lugar emblemático da nossa cidade como é o caso do Jardim da Sereia e do Campo Santa Cruz. Apesar do apoio logístico prestado pelo município – que se materializou na cedência do espaço, isenção de taxas e licenças, recolha de resíduos, policiamento e apoio à divulgação – o mérito (há que dizê-lo) é inteiramente da Praxis, desde logo pelo risco financeiro associado, dado que o festival, nos moldes em que foi concebido, representa um investimento significativo, gerando um potencial de retorno financeiro e impacto relevantes na estruturação da oferta e no reforço da marca Coimbra.

 

Porém, as novidades não ficam por aqui.

 

5. Protocolo de coorganização com o Mototurismo do Centro para a realização da “Volta ao Centro” nos próximos dias 3, 4, 5 e 6 de julho, no Parque Verde do Mondego

 

Vem hoje a esta Câmara, para apreciação e eventual aprovação, a proposta de formalização de um protocolo de colaboração entre o Município de Coimbra e o Mototurismo do Centro, com sede na praça da Canção, para a realização da “Volta ao Centro” nos próximos dias 3, 4, 5 e 6 de julho, no Parque Verde do Mondego, junto à sede do clube, que tem agora uma nova Direção, fortemente empenhada em atrair novos sócios e dinamizar eventos com uma vertente de lazer, com impacto na promoção e divulgação não apenas do concelho, mas também da região. O Município compromete-se a ceder o espaço e a apoiar o evento com um apoio financeiro no valor de 5.000,00€, destinado a fazer face a parte das despesas de produção relacionadas com a produção e operacionalização do evento. 

 

6. #CoimbraCityLab | Projeto Urso Verde | Experimentação | proposta de Atribuição de Prémios

 

No contexto da atividade desenvolvida pelo #CoimbraCityLab, vem também a esta Câmara, mas agora no contexto do projeto de experimentação Urso Verde, uma proposta de atribuição de prémios, no valor de 980,15€.

 

Relembro que o Projeto Urso Verde se traduz numa plataforma que tem como objetivo recompensar os munícipes por boas práticas de cidadania e adoção de hábitos de vida saudáveis.

 

Consiste numa aplicação móvel, desenvolvida por discentes de mestrado e docentes do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e Computadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, que permite, atualmente, a leitura de códigos QR, situados em pontos de interesse, suportando assim funcionalidades de monitorização dos hábitos e comportamentos do utilizador.

 

Em maio e junho de 2024, realizou-se um primeiro teste-piloto, que envolveu uma turma de 22 alunos, do 10º ano, da Escola Jaime Cortesão.

 

Relativamente às “Boas práticas” consideradas para a atribuição de pontos, que por sua vez poderão converter-se em prémios, o projeto visa incentivar e premiar os cidadãos que adotem os seguintes comportamentos:

 

  • Compras no Comércio Tradicional;
  • Utilização dos espaços verdes da cidade;
  • Utilização de Ecopontos;
  • Utilização frequente dos Transportes Públicos (SMTUC), mediante carregamento do passe ou aquisição de viagens;
  • Participação em atividade cultural;
  • Participação em ação de voluntariado.

 

Considerando que se trata de um projeto acolhido no contexto da atividade experimental do #CoimbraCityLab, integrando simultaneamente a ação n.º 6.8 do projeto @Baixa Coimbra, pretende-se que, de forma a agilizar a experimentação, a maioria das recompensas sejam asseguradas pelo Município, e disponibilizadas durante os meses de junho e outubro de 2025.

 

Prevê-se que a experimentação ocorra entre os meses de junho e setembro, podendo o período ser prorrogado até dezembro de 2025, caso se justifique o prolongamento do prazo inicial.

 

Para a disponibilização das ofertas a atribuir no âmbito desta experimentação, foi solicitada a colaboração de diferentes Unidades Orgânicas, nomeadamente do Departamento de Cultura e Turismo (DCT), do Departamento de Juventude e Desporto (DJD) e dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), a quem agradeço a colaboração prestada.

 

As ofertas disponibilizadas por esta UO’s incluem desde:

 

  • entradas livres nas Piscinas Municipais, prevendo, nalguns casos, a oferta de packs para famílias, robes e toalhas;
  • aulas de natação, hidroginástica, hidrobike, hidrodeep;
  • entradas para assistir a espetáculos culturais promovidos pela Câmara;
  • bilhetes para visitar o Centro de Arte Contemporânea e outros núcleos museológicos do museu municipal;
  • títulos de autocarro para a realização do percurso da linha do Botânico.

 

Pessoalmente, acredito que este projeto, que apela à consciência cívica e à participação ativa dos cidadãos, premiando os utilizadores da plataforma pela adoção de boas práticas, tem potencial para alcançar bons resultados, conforme é pretendido e desejável.

 

Em setembro, após os 4 meses da fase de experimentação em curso, faremos um balanço da iniciativa, trazendo oportunamente, para conhecimento desta Câmara, os resultados alcançados, que permitirão concluir sobre o alcance, interesse, adesão e benefícios associados ao projeto, que se apresenta, nesta fase, ainda e só, como um projeto-piloto.”

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