Intervenção inicial da vereadora Ana Bastos| Reunião de Câmara, 27 de maio
Intervenção na íntegra:
«Dar nota de que decorreu na passada 3ª feira uma sessão de esclarecimento sobre o sistema do Metro Mondego com particular destaque sobre o trecho entre Coimbra B e Coimbra A, em coorganização com a APBC (Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra).
A sessão surgiu na sequência de algumas dúvidas e comentários sem fundamento que têm vindo a público e que suscitam preocupação entre alguns comerciantes, situação que importa esclarecer, tendo por base informação real e credível.
A sessão que decorreu no salão nobre da CMC, foi marcada para as 19h30 em horário compatível com o fecho dos estabelecimentos comerciais, sendo assim acessível a todos os interessados.
Para além de se ter dado a conhecer genericamente o projeto do Sistema de Metro Mondego e a sua calendarização, a discussão centrou-se essencialmente no plano/estuo urbanístico para a frente ribeirinha e nos impactes que tal transformação poderão assumir no desenvolvimento e valorização da baixa a cidade.
Foi possível desmistificar algumas questões relevantes, destacando-se:
O receio de que com a substituição do comboio tradicional entre Coimbra B e Coimbra A pelo sistema MetroBus o sistema se venha a revelar incapaz de dar resposta à procura. Para esclarecer esta situação, recorreu-se a contagens levadas a cabo pela CP e aos inquéritos O/D (origem/destino) realizados em 2020. Esta análise permitiu concluir de que, em média, se regista a deslocação de pouco mais de 600 passageiros, na hora de ponta da manhã, no sentido de chegada a Coimbra A e, na ponta da tarde, no sentido e saída. O valor máximo registado cifra-se em pouco mais de 800 passageiros, o que representa sensivelmente 50% da capacidade instalada o SMM. Essa capacidade resulta da circulação de autocarros com capacidade para 135 passageiros, com uma frequência de 5 em 5 minutos, ou seja, 12 autocarros por hora.
Tratando-se de um sistema com uma elevada frequência e fiabilidade, o serviço oferecido é igualmente de elevada qualidade, permitindo minimizar a perturbação associada a qualquer transbordo. Para isso importa ter presente de que, na situação atual, a cadência de comboios entre Coimbra A e Coimbra B é extremamente variável, podendo variar entre os 5 e mais 30 minutos. O SMM oferecerá uma cadência regular de 5min, tornando assim desnecessária a prévia planificação das viagens. O ganho de qualidade e flexibilidade é assim extraordinária.
A ideia de que a maioria dos utilizadores do comboio se destina à zona da baixa pelo que o levantamento dos carris se traduz na penalização da maioria os utilizadores, os quais serão agora obrigados a fazer transbordo em Coimbra B, é igualmente uma falácia. Os inquéritos O/D vieram contrariar esta ideia. Se as viagens ferroviárias com destino a Coimbra A (Baixa e Alta) representam cerca de 2000 passageiros/dia – passageiros que a manter-se o comboio não necessitariam de efetuar transbordo – também as viagens com destino aos Olivais, Pç. da República e Solum representam um valor equiparável. Ou seja, o nº de passageiros que são penalizados com a imposição de um transbordo obrigatório, apesar de muito mais rápido, é largamente ultrapassado por todos aqueles que, ao fazerem transbordo em Coimbra B, podem chegar ao seu destino final em conforto e com tempos de percurso francamente mais curtos. A estes juntam-se todos aqueles que, já na atualidade, optam por fazer transbordo em Coimbra B para a rede dos SMTUC. Este aspeto, sublinha a relevância em garantir um layout adequado de Coimbra B, para salvaguarda de uma boa interligação entre o sistema ferroviário sub-urbano/regional e o futuro SMM.
As dúvidas associadas ao levantamento dos carris! Atualmente a existência de serviços ferroviários entre Coimbra A e B, obriga, por razões de segurança, à manutenção de uma vedação contínua entre as duas estações, constituindo-se como uma barreira física incontornável. Esta solução traduz-me numa efetiva separação entre a cidade e o rio, aspeto que importa contrariar. Com a substituição do serviço ferroviário pelo SMM, para além da profunda requalificação e vivificação urbana de toda a frente ribeirinha, a eliminação das barreiras físicas permite estabelecer uma verdadeira ligação entre a cidade e o rio, através da formalização de diversas ligações, como a Av. Central, R. dos Oleiros, R. do Arnado e a R. Padre Estevão Cabral, para além de ouras ligações pedonais. Em complemento também a morfologia urbana desenvolvida para a frente ribeirinha, reforça essa permeabilidade, com canais de ligação e galerias ao nível do R/C, contribuindo para a fruição urbana e humanização e toda a frente ribeirinha.
A transformação da frente ribeirinha, agora liberta de veículos automóveis e onde se promove a fruição urbana e a presença humana (peões e ciclistas), associada a praças e espaços de estar, onde predomina o verde, espaços de sombreamento alguns quiosques, irá contribuir para aumentar os fluxos pedonais através da alta e baixa da cidade, e com isso para o seu dinamismo e desenvolvimento económico.
Também a refuncionalização da estação de Coimbra A, e a transformação a zona os atuais cais numa grande praça irá contribuir para atrais mais pessoas para a baixa e para a zona ribeirinha.
Em síntese fica claro que a solução prevista para a transformação e refuncionalização da zona ribeirinha, trará claros benefícios, quer em termos e mobilidade urbana, particularmente para todos aqueles que já teriam de fazer transbordo o comboio para a rede dos SMTUC, quer em termos de vivência, dinamização e requalificação da zona ribeirinha, trazendo mais gente para a zona histórica em geral e, para a baixa em particular, contribuindo assim para o seu desenvolvimento social, económico, ambiental e sustentável.»
Para fornecer as melhores experiências, usamos tecnologias como cookies para armazenar e/ou aceder a informações do dispositivo. Consentir com essas tecnologias nos permitirá processar dados, como comportamento de navegação ou IDs exclusivos neste site. Não consentir ou retirar o consentimento pode afetar negativamante certos recursos e funções.
Funcional
Sempre ativo
O armazenamento ou acesso técnico é estritamente necessário para o fim legítimo de permitir a utilização de um determinado serviço expressamente solicitado pelo assinante ou utilizador, ou para o fim exclusivo de efetuar a transmissão de uma comunicação numa rede de comunicações eletrónicas.
Preferências
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para o propósito legítimo de armazenamento de preferências não solicitadas pelo assinante ou utilizador.
Estatísticas
O armazenamento técnico ou acesso que é usado exclusivamente para fins estatísticos.O armazenamento técnico ou acesso que é usado exclusivamente para fins estatísticos anónimos. Sem uma intimação, conformidade voluntária por parte do seu Fornecedor de Serviços de Internet ou registos adicionais de terceiros, as informações armazenadas ou recuperadas apenas para esse fim geralmente não podem ser usadas para identificá-lo.
Marketing
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para criar perfis de utilizador para enviar publicidade ou para rastrear o utilizador num site ou em vários sites para fins de marketing semelhantes.