Intervenção inicial do presidente José Manuel Silva | Reunião de Câmara, 22 de maio

O presidente da Câmara Municipal (CM) de Coimbra, José Manuel Silva, dedicou a sua intervenção à passagem dos Coldplay por Coimbra que demonstrou que o concelho é capaz de acolher e organizar grandes eventos, considerando que os concertos foram uma “prova superada”. “Demonstrámos que somos capazes de responder a grandes desafios e de organizar grandes e complexos eventos coincidentes no tempo [a cidade acolheu, praticamente na mesma altura, a abertura do rali, o arranque da Queima das Fitas e os concertos dos Coldplay]”, salientou, agradecendo a todos os trabalhadores e entidades envolvidos nos eventos. Para José Manuel Silva, hoje “é um dia de satisfação e de dever cumprido para Coimbra”, com a cidade a encher-se “de vida, de cor e de gente”, num evento complexo, em que, só no estádio municipal, chegaram a estar a trabalhar mil pessoas em simultâneo.

 

 

Intervenção na íntegra:

 

“Hoje é um dia de satisfação e de dever cumprido para Coimbra, depois dos quatro inesquecíveis, históricos e mágicos concertos dos Coldplay, que decorreram de forma irrepreensível num estádio municipal recuperado pela promotora. Trouxeram a Coimbra 2% da população portuguesa, muitos dos mais ilustres políticos e artistas nacionais e milhares de fãs estrangeiros.

 

Coimbra e as suas esplanadas encheram-se de vida, de cor e de gente e, durante 4 dias, a nossa cidade esteve no topo das notícias a nível nacional e nas redes sociais, em particular nas redes sociais dos Coldplay, que contam com cerca de 100 milhões de seguidores em todo o planeta.

 

Não vou falar do enorme retorno dos concertos dos Coldplay, tangível e intangível, para Coimbra e a sua região, pois informaram-me que essa temática irá ser estudada pelo ISCAC, mas acredito que hoje já ninguém duvida do resultado extraordinariamente positivo, sob todos os aspetos. Valeu a pena. Prova superada para Coimbra, com louvor, distinção e orgulho.

 

O que pretendo realmente salientar é a comovente chave de ouro da passagem dos Coldplay por Coimbra, que foi mesmo o fabuloso e onírico encerramento do último concerto, que permitiu a concretização do sonho impossível dos 5ª Punkada, a extraordinária banda da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra, demonstrando que não há sonhos impossíveis. Eles mereciam, estão felizes e têm agora o justo reconhecimento mundial da sua já longa, invulgar e fabulosa carreira. Foi um verdadeiro e impactante dia de inclusão. Ajuda-nos a ter mais consciência do impressionante e insubstituível trabalho da APCC, que, como outras instituições semelhantes, honram e dignificam a nossa cidade e que são ‘a metade’ que falta àqueles que dela tanto precisam.

 

Sei que a APCC atravessa graves dificuldades, pelo que permito-me fazer aqui um apelo a todas as forças vivas e pessoas boas da cidade para, na sua dimensão e possibilidades, ajudarem a APCC a sobreviver a este difícil momento e reencontrar o caminho da estabilidade.

 

Mas hoje também é dia de justíssimos agradecimentos. A organização dos concertos foi elogiada de forma generalizada, projetando o nome de Coimbra a um nível extremamente elevado. Demonstrámos que somos capazes de responder a grandes desafios e de organizar grandes e complexos eventos coincidentes no tempo. Para se ter uma ideia dos meios que estas organizações envolvem, só no estádio municipal chegaram a estar a trabalhar mil pessoas em simultâneo.

 

A equipa dos Coldplay e a organização da Everything is New foram absolutamente proficientes e profissionais, o que reconhecemos e agradecemos. Agora, um enorme e sentido obrigado aos nossos vereadores, aos nossos serviços e aos nossos trabalhadores, quer da Câmara, quer dos SMTUC, que também são Câmara, à Proteção Civil, aos corpos de Bombeiros, à Cruz Vermelha, ao INEM, às forças de segurança, com maior visibilidade para a PSP, e aos nossos voluntários. Um agradecimento também aos nossos munícipes, que acataram e colaboraram com as medidas implementadas, o que foi essencial para que tudo decorresse com a melhor fluidez possível. E desculpem se me tiver esquecido de alguém.

 

Apesar das obras do sistema de mobilidade do Mondego e das admiráveis, magníficas e extensas festas académicas, cerca de 50000 pessoas entraram e saíram da cidade sem incidentes relevantes e sem grandes constrangimentos, o que é notável. Foi um impressionante e intenso trabalho de equipa. Creio que Coimbra se sente orgulhosa pelo modo como tudo decorreu. Quando Coimbra se une pelo mesmo objetivo, Coimbra agiganta-se, afirma-se e tem ainda mais encanto. Continuaremos a trabalhar para o futuro de Coimbra em todas as frentes.

 

Uma penúltima nota relativa ao pin extra que hoje trago comigo, com a palavra ‘love’. Foi-me dado em mão pelo Chris Martin quando, já noite adentro, se deixou facilmente convencer para a 5ª Punkada subir ao palco com os Coldplay. Devo dizer que o Chris Martin foi muito acessível e simpatiquíssimo e que, perante a explicação do significado da banda e depois de ver um vídeo, mostrei-lhe o Blues da Quinta, deu imediatamente indicação ao staff para organizarem tudo. Foram os Coldplay que escolheram a música que iria ser tocada, Metade de Mim, acredito que pela beleza e enorme significado da mesma. Confesso que o resultado final ultrapassou as minhas melhores expetativas. Foi único e inesquecível.

 

Diz o povo português que quem semeia ventos colhe tempestades. Da mesma forma, mas em sentido bem mais humano e sensível, tal como insistiram e transmitiram os Coldplay, if you want love, be love, quem semeia amor, recolhe amor. Ontem, os Coldplay e a 5ª Punkada semearam amor e recolheram amor. Que a mensagem frutifique.

 

É por isso que, hoje, no dia do abraço, me sinto especialmente abraçado por tudo o que aconteceu, em particular depois de hoje de manhã, no meu gabinete, ter recebido o abraço de uma vasta e gentil delegação do Centro Social S. Pedro, da Cáritas Diocesana de Coimbra. Termino esta última nota com o texto escrito no coração que recebi: “Quem abraça despe o coração de toda a superficialidade e de todo o fingimento. Dê abraços, hoje e sempre.”

 

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