Intervenção inicial da vereadora Ana Bastos | Reunião de Câmara, 22 de maio

A vereadora Ana Bastos aproveitou também a sua intervenção inicial para fazer um balanço de toda a operação que suportou os quatro concertos dos Coldplay em Coimbra, sobretudo no que concerne à mobilidade. De acordo com a vereadora com a pasta dos transportes, Ana Bastos, os circuitos especiais transportaram mais de 26.000 pessoas, aos quais acresceram 2.500 pessoas transportadas por dia através de 40 autocarros de turismo que operaram através da rua Jorge Anjinho. Segundo Ana Bastos, foi possível evacuar as mais de 50 mil pessoas que foram a cada um dos concertos em cerca de duas horas, numa altura em que há constrangimentos com as obras do Sistema de Mobilidade do Mondego e com o arranque das noites da Queima das Fitas. Durante os concertos, estiveram disponíveis 1.600 veículos de mobilidade suave da Bolt e da Link, tendo sido realizadas 14.283 viagens nos quatro dias. “Nestes dias a utilização das trotinetas da Bolt bateu todos os recordes da cidade, colocou Coimbra no top 3 de viagens em cidades dos países do sul da Europa (40 cidades em 8 países)”, destacou. Ana Bastos fez ainda questão de agradecer a todos os envolvidos na Operação Coldplay.

 

 

Intervenção na íntegra:

 

“Os concertos dos Coldplay marcaram os últimos dias de forma indelével, com todos aqueles que assistiram a tecer comentários extremamente elogiosos à cidade e à organização. Foram sem dúvida 4 dias desafiantes, onde os vários serviços municipais mostraram uma extraordinária capacidade de organização e de trabalho em conjunto. A todos os envolvidos deixo aqui o meu reconhecimento pessoal e na pessoa da Dra Dora Santana e Silvia Colaço a logística geral e protocolo e do Sr. Coordenador da Proteção Civil, Nelson Antunes um bem-haja pelo empenho e profissionalismo de toda uma equipa que garantiu o funcionamento e segurança do recinto.

 

Permitam-me, contudo, focar a minha intervenção na área da mobilidade e dos transportes.

 

E é com grande regozijo que afirmo que a operação, em termos globais foi um êxito! Uma operação que envolveu de forma conjunta, articulada e uníssona a CMC, os SMTUC e a PSP.

 

Do ponto de vista do trânsito, foi possível confirmar e validar, como foi indispensável condicionar a circulação automóvel e pedonal nas vias circundantes e de aproximação ao estádio. Com a zona tampão foi possível, sem prejudicar a acessibilidade e o normal desenvolvimento das atividade locais, garantir as melhores condições de circulação e estacionamento aos habitantes locais, a operação dos transportes públicos e a circulação dos peões na afluência ao estádio. Se não o tivéssemos feito, teríamos todo o perímetro do estádio pejado de veículos estacionados, e a circulação bloqueada, incluindo os circuitos dos autocarros.

 

Ainda só temos dados provisórios, mas foi possível registar entre as 13 e as 19 horas de 4ª feira a entrada de mais de 90 000 veículos, sem qualquer bloqueio ou constrangimento, numa semana onde prevaleceu a mobilidade sustentável em Coimbra.

 

No que respeita aos circuitos especiais, os mesmos foram determinantes ao êxito da operação. Recorrendo a meios maioritariamente internos, complementados por externos (22 durante a tarde e 12 durante o período noturno), foi possível afetar em cada dia entre 33 a 50 veículos à operação, os quais garantiram a cobertura das 16 zonas de estacionamento semiperiféricas, com frequências próximas dos 15min. As pessoas aderiram em massa e o serviço permitiu transportar mais de 26 000 pessoas com variação diária entre 5500 e as 7500, num serviço especial que contabilizou cerca 1000 viagens no total. Em média foram realizadas diariamente 170 viagens de ida e 75 de regresso, num total dos 4 dias de 700 nos circuitos de ida e 300 concentradas no regresso. A estes dados juntam-se mais de 40 autocarros de turismo diários que operaram através da R. Jorge Anjinho e que transportaram cerca de 2500 pessoas/dia.

 

Todos os dias foram desafiantes, concentrando-se os maiores constrangimentos no final do espetáculo, com a saída em massa de dezenas de milhares de pessoas do estádio. Mas podemos afirmar que com esta ação conjunta, foi possível garantir que todos aqueles que se fizeram transportar pela CP, conseguissem, através do circuito 1 (linha vermelha) chegar a tempo a estação B para apanharem os comboios especiais. Esse circuito, assumido como prioritário na resposta, foi o que mais pessoas transportou (13 000 pulseiras vendidas) onde em média 1400 pessoas/dia se dirigiram aos transportes especiais da CP. Este foi igualmente o circuito mais exigente em termos de recursos onde se realizaram de 275 viagens de ida e 155 de regresso.

 

Nos circuitos 2 e 4 foram vendidas mais de 11 000 pulseiras. O circuito 3 foi o mais fraco contando apenas com 1 700 vendas.

 

Para esse resultado foi determinante o sistema de CCTV instalado na PSP e que foi alargado através da colocação de mais 8 camaras vídeo em locais estratégicos da rede viária. A gestão do trânsito foi assegurada em tempo real, procurando-se minimizar as demoras em termos globais, enquanto se procurou dar prioridade aos circuitos dos transportes especiais, tirando partido de um corpo de umas largas dezenas de agentes da PSP em motociclos, que foram sendo reposicionados em locais críticos de forma a resolver situações de desbloqueios.

 

Com esta ação concertada foi possível evacuar as mais de 50 000 pessoas do estádio e repor a normalidade na circulação urbana, em cerca de 2h00 (na 5ª feira em 1h45min, pior dia Domingo 2h15). Para este resultado contribuiu significativamente o desempenho do nó da Casa do Sal, onde a introdução, a título piloto, de fluxo continuo na subida da Casa do Sal para o Açude Ponte garantiu um aumento substancial de capacidade. Esta solução já anteriormente proposta pela CMC às Infraestruturas de Portugal será agora objecto de monitorizada para eventual materialização futura.

 

Toda esta logística foi ainda mais desafiante se tivermos em atenção que, para além dos constrangimentos das obras do SMM, na noite de 5ª feira decorreu a Serenata Monumental no Pátio das Escolas, no sábado e Domingo já decorriam as noites no parque e que se repercutiram em fortes condicionamentos no Largo da Portagem e na Av. Inês de Castro, com milhares de jovens a circular no espaço público. Em acumulado, destacar o serviço noturno disponibilizado pelos SMTUC, através da criação de 2 circuitos especiais e gratuitos no apoio às noites.

 

Não posso ainda deixar de destacar o uso da micromobilidade, a qual foi reforçada nestes dias com a disponibilização de 1600 veículos (1304 da Bolt e 297 da Link). Nestes 4 dias foram efetuadas 14 283 viagens e percorridos 24 838 kms o que equivale à poupança de 4 toneladas de CO2 caso a tivessem sido percorridos por um carro a gasolina e dariam para fazer o percurso de ida-e-volta Coimbra-Berlim 5 vezes (!). Nestes dias a utilização das trotinetas da Bolt bateu todos os recordes da cidade, colocou Coimbra no top 3 de viagens em cidades dos países do sul da Europa (40 cidades em 8 países) e introduziu 1 598 novos utilizadores à micromobilidade.

 

Nada disto seria possível sem o trabalho árduo, contínuo e inexcedível de uma equipa fantástica a quem se deve o êxito desta operação. Começo pelos SMTUC, um serviço frequentemente esquecido e criticado, mas que se desdobrou em esforços para dar uma resposta que a cidade lhes exigiu. E conseguiram, por isso merecem o reconhecimento de todos nós. Fizeram um excelente trabalho e há que reconhecê-lo! A toda a equipa, que envolveu mais de 140 trabalhadores dos SMTUC (entre os quais mais de 80 motoristas) e que se manteve no terreno diariamente e que palmilharam kms a pé na organização e controlo local, na pessoa da Dra. M. Joao Melo do Engº Óscar Carneiro, com o apoio imprescindível dos Dr. Ricardo Grade, e Dr. Paulo Machado, agradeço a toda a equipa de Encarregados gerais, Encarregados operacionais, Assistentes Operacionais, Bilheteiros, voluntários, e aos motoristas. Estão todos de parabéns!

 

O meu constante e reconhecido agradecimento à equipa do Departamento da Mobilidade e Transportes da CMC, na pessoa dos coordenadores Eng.º Santos Costa, Eng. Tiago Cardoso e coadjuvados pelas Engªs Catarina Godinho e Sandra Coelho. De forma empenhada e profissional, no terreno e na central de controlo, ajudaram em cada momento a encontrar as soluções para mitigar os constrangimentos com que nos fomos deparando. Uma equipa pequena na dimensão, mas grandiosa na atuação, extraordinariamente empenhada e envolvida na causa pública.

 

À PSP que de forma aberta e colaborante, trabalhou noite dentro em parceria com a equipa da CMC, na procura de soluções eficientes para assegurar a fluidez, sem qualquer prejuízo aos princípios de segurança. Na pessoa do Sr. Subintendente Nascimento, aos Comissários Renato Neto e Joel Fernandes Araújo, que estiveram à frente da central de controlo, e na gestão dos agentes em tempo real, o nosso muito obrigada!

 

Um agradecimento a toda a equipa de comunicação e marketing coordenada pela Dra Ana Morais e Dra Filipa Gaioso, que asseguraram a disponibilização e disseminação da comunicação de forma clara e evidente e que tanto contribuiu para a promoção dos modos alternativos.

 

Mas nada é possível fazer sem imputar constrangimentos e perturbações aos habitantes locais. Justiça seja feita já que a cooperação e a compreensão da população foram totais. Por isso, não posso deixar de endereçar um grande agradecimento à população de Coimbra, a qual também muito contribuiu para o êxito da operação. A população aderiu de forma exemplar aos nossos apelos, andou a pé, de trotinete e nos transportes públicos, disponibilizando as vias para os convidados externos. A redução dos níveis de tráfego e a pressão sobre a cidade, foram evidentes, por isso a população demonstrou ser capaz de Bem acolher. Obrigada Coimbra e obrigada a todos os que trabalharam e contribuíram para este êxito.”

 

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