Intervenção na íntegra:
“Começo por cumprimentar o Sr. Presidente da Junta de Ceira e, nele, todos os Ceirenses. Continuamos aqui o processo de descentralização das reuniões da Câmara, um dos nossos compromissos eleitorais, para que os munícipes de cada freguesia possam assistir a uma reunião do executivo sem terem de ser deslocar aos paços do concelho.
Coimbra é a soma das suas 18 Freguesias e Uniões de Freguesias, pelas quais temos o maior respeito e com as quais queremos aprofundar o processo de descentralização. Apesar das dificuldades, em 2023 as Freguesias e Uniões de Freguesias vão receber o maior financiamento de sempre por parte da Câmara Municipal, com um reforço médio de 25% na rubrica do apoio ao funcionamento, e reforçámos o antigo Gabinete de Apoio às Freguesias (GAF), agora transformado em Divisão (DAF), que está a recuperar as obras atrasadas que herdámos e a explorar novos caminhos no processo de descentralização.
Apraz-me ainda registar que este executivo desencravou uma velha aspiração da freguesia, com a consignação, no dia 13 de setembro de 2022, da Empreitada da obra “Ligação da Rua Dr. Manuel Chaves e Castro à Rua da Igreja”. Infelizmente a empreitada não está a correr com a celeridade desejável, pelo que foi aprovada a prorrogação do prazo da mesma por 80 dias, passando a empreitada a terminar em 04/05/2023. Sabemos das dificuldades com que se confrontam todas as obras, mas como até à presente data só foram executados 42% dos trabalhos, o empreiteiro já foi notificado de que poderemos aplicar uma sanção contratual caso o novo prazo seja ultrapassado.
Regozijo-me pelo avanço da construção do PMO do MetroBus, que vai dar um grande impulso de desenvolvimento e uma nova centralidade à freguesia de Ceira, um investimento no valor de 10 milhões de euros e que irá ter 110 trabalhadores, entre motoristas, reguladores, pessoal de manutenção, segurança e inspeção. Serão mais famílias que se virão viver para Ceira.
Algumas intervenções da mais variada índole em vários fóruns mostram como, infelizmente, é necessário avivar regularmente as memórias de algumas pessoas que se fazem de esquecidas muito rapidamente e que insistem em criticar aos outros aquilo que elas próprias não fizeram. Assim, porque é uma das estatísticas mais significativas, relembro que, em 1981, Coimbra tinha 138930 e Braga tinha 125472 residentes (dados da PORDATA). Braga era então o 14º concelho do país e Coimbra já tinha decaído para 11º.
Em 1991, Coimbra tinha 139052 e Braga tinha 141256 residentes. Em 2001, Coimbra tinha 148443 e Braga tinha 164192 residentes. Em 2011, Coimbra tinha 143496 e Braga tinha 181494 residentes. Em 2021, Coimbra tinha 140816 e Braga tinha 193324 residentes.
Braga esteve sempre a crescer, de 125 mil para 193 mil residentes, e Coimbra estagnou a sua população, porque abdicou de se desenvolver e de crescer. Em 2021, Braga era o 7º concelho do país e Coimbra afundava-se ainda mais, para o 16º lugar nacional.
De quem é a responsabilidade? A resposta é fácil, de quem governou Coimbra durante mais anos. E quem foi? Manuel Machado, o PS e os atuais vereadores do PS que, agora na oposição, querem que seja feito num ano o que eles próprios não fizeram em 8 anos.
Resolver os problemas estruturais de Coimbra não é de repente nem acontece por milagre. Estamos a trabalhar (muito) para resolver esses problemas estruturais (essencialmente falta de investimento, de indústria, de empresas e de emprego). A vinda da Airbus para Coimbra é um dos mais importantes sinais da mudança que estamos a imprimir. Outras marcas estão a começar a procurar Coimbra e a instalar-se, porque são recebidas na Câmara e os nossos serviços trabalham para acelerar os procedimentos (dentro da Lei, naturalmente). Coimbra apenas voltará a crescer em população com mais investimento, mais indústria, mais empresas e mais empregos, como é óbvio.
Braga demonstrou como se faz bem. Coimbra demonstrou que os erros se pagam caro.
Felizmente para Coimbra, os conimbricenses reconheceram a extrema necessidade de mudança e, de forma clara e inequívoca, corrigiram a trajetória eleitoral em 2021.
O engraçado é ver algumas das pessoas associadas ao mau passado e aos erros de Coimbra a criticarem a nossa ação logo no início do nosso mandato, quando ainda não há tempo para avaliar resultados e quando levámos com a guerra da Ucrânia em cima do nosso orçamento, que nos impede de fazer o que tínhamos previsto…
Estamos a mudar Coimbra, mas deem-nos tempo. Como referi na campanha eleitoral, apresentámos um programa para oito anos. O processo de transformação do concelho já está em curso.
Porque é bem ilustrativo, não posso deixar de comentar o facto de a Figueira ter aprovado por unanimidade a taxa turística, a aplicar já este ano, com um valor de dois euros por noite, até um máximo de sete noites.
Ou seja, os vereadores do PS da Figueira da Foz aprovaram sem hesitação a aplicação de uma taxa turística que é o dobro do valor e que se aplica por mais do dobro de dias comparativamente com a taxa de Coimbra. Os vereadores do PS da Figueira da Foz, porque querem o melhor para a Figueira da Foz, não produziram os comentários absurdos, insensatos e vazios que aqui ouvimos dos vereadores do PS de Coimbra. São diferenças gritantes de comportamento. Não posso deixar de elogiar os vereadores do PS da Figueira da Foz, que querem de facto o melhor para a sua terra, e apelar os vereadores do PS de Coimbra que defendam os interesses de Coimbra em vez de se focarem obstinadamente em fazer uma oposição destrutiva só porque ainda não conseguiram resolver a desilusão de terem perdido as eleições.
Se Coimbra aplicasse uma taxa turística com as mesmas regras da Figueira da Foz já teria financiamento suficiente para organizar, por exemplo, a superespecial do rally em Coimbra.
Permitam-me aproveitar esta oportunidade para esclarecer que a partida do rally será feita de Coimbra, como acontecia, pois nada se alterou a esse nível. O ano passado conseguimos, pela primeira vez em Coimbra, organizar uma superespecial do rally, este ano, por razões financeiras e por outras opções, como o projeto TUMO e os concertos dos Coldplay, não foi possível. Mas sermos criticados por quem nunca o tinha feito, é mesmo caricato. Coimbra continuará a ter grandes eventos todos os anos, para consolidarmos, projetarmos e fazermos crescer a marca Coimbra.
Quero salientar o enorme êxito que constituiu este ano a XII Mostra de Doçaria Conventual e Contemporânea de Coimbra.
Para tanto vou reproduzir as palavras escritas de um dos participantes: “Na minha opinião, a mudança de local marcou muito a diferença na medida em que o evento decorreu num espaço muito bonito, agradável e confortável, bem iluminado, muito bem localizado acrescido com o parqueamento gratuito para os visitantes, garantindo assim o sucesso do evento. Gostaria de salientar o valor acrescido do conjunto de todas as pessoas da Divisão de Cultura da CM Coimbra, que fizeram o evento ter ainda mais sucesso, que nos apoiaram de forma exemplar, desde o início ao fim do evento, a Todos Muito Obrigado.”
Claramente, a mudança de local da XII Mostra de Doçaria Conventual e Contemporânea de Coimbra e o programa cultural associado foram uma aposta ganha, com a particularidade de lançamento de uma nova bebida pela Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra, um cocktail a que foi dado o nome de ‘conventual’, pois foi inspirado nos sabores da doçaria conventual de Coimbra. Obrigado a todas as pessoas que trabalharam para que tudo fosse possível com o êxito e brilhantismo com que aconteceu. Estamos certos que a Mostra irá crescer nos próximos anos e invadir mais espaços do Convento São Francisco.
Recordo o concerto extraordinário de Leonor Quinteiro, vencedora da quinta edição do concurso “Uma canção para ti”, que ontem marcou a estreia da nova rubrica programática do Convento São Francisco e do Departamento de Cultura e Turismo da Câmara Municipal de Coimbra, “Carta Branca a…”, que pretende promover jovens talentos naturais ou residentes no concelho, com a realização de espetáculos dirigidos por uma conceituada personalidade da mesma área artística.
Leonor Quinteiro estreou-se, assim, em Coimbra, perante um auditório cheio, envolvendo a cidade com uma voz deslumbrante e um imenso talento.
Este foi mais um sinal de que não nos limitaremos a comprar programas feitos no mercado, estilo supermercado, para os quais basta haver dinheiro, mas a fazer coisas novas, a criar novos caminhos, que sirvam os artistas, a população e o concelho e a cultura. A Cultura em Coimbra está bem viva, inovadora e recomenda-se. Estamos a criar cultura, com uma gestão rigorosa dos recursos disponíveis, este é o nosso caminho.
Finalmente, quero convidar todos e todas para o Festival “Coimbra Região Gastronómica” um evento âncora de promoção da gastronomia da Região de Coimbra e de apreciação da economia regional, que vai decorrer a 24, 25 e 26 de março, no Jardim da Sereia, em Coimbra, numa organização da CIM-RC.
Em cerca de 5000m² de área as pessoas encontrarão um mercado de produtos endógenos da região e 5 restaurantes a servirem pratos regionais, além de outros momentos, como provas de vinhos e animação musical. Pela primeira vez contaremos com representantes dos 19 concelhos da Região de Coimbra, o que é de assinalar.”