Intervenção na íntegra:
“Informo que, por razões de segurança, na passada 4ª feira se encerrou o acesso automóvel na ponte do Cabouco em Ceira, por tempo indeterminado.
Essa decisão surge na sequência das fortes chuvadas que ocorreram em janeiro último e de uma vistoria técnica solicitada pelo Sr. Coordenador do Serviço Municipal de Proteção Civil, para avaliação das condições de segurança oferecidas pela estrutura da ponte.
Importa ter presente que a Ponte do Cabouco data de 1931 e tem um longo histórico de instabilizações e que justificaram obras de reforço dos encontros e do pilar central, a saber, na década de 90, no inverno de 2000/2001, ano onde a ponte ficou totalmente submersa e, em 2005.
A inspeção subaquática efetuada em 2005 identificou, entre outras preocupações, a existência de um fundão, com mais de 3m de profundidade, localizado junto ao pilar e a montante deste, e o descalçamento parcial quer do pilar quer dos encontros da ponte, deixando a descoberto um número elevado de estacas de madeira das fundações. As obras de conservação levadas a cabo nessa altura permitiram mitigar os problemas, contudo no âmbito dos trabalhos de Inventário e Inspeção Principal a Obras de Arte Municipais, levado a cabo em 2020, a Inspeção veio a atribuir-lhe a classificação de Mau a muito Mau, relativamente ao estado de conservação, baseada na reincidência dos problemas do descalce do pilar intermedio e dos encontros.
Na sequência das últimas chuvas intensas do passado dia 8 de janeiro e da vistoria técnica ocorrida no dia 19/1, constatou-se que as patologias visíveis registadas no relatório de 2020 se mantinham, pelo que por questões de segurança se optou por encerrar a ponte ao tráfego automóvel, mantendo-se a circulação pedonal e/ou clicável.
Apesar dos transtornos que existem sempre nestas situações, o desvio do tráfego automóvel pode contar com a nova Ponte do Cabouco sobre o Rio Ceira, construída em 2014 e que dista, da ponte em análise, cerca de 600m.
Uma 2ª nota para dar conta que no âmbito da empreitada do “SMM – Sistema de Mobilidade do Mondego – Troço Portagem – Alto de São João” iniciam hoje os trabalhos para execução do canal técnico e redes de drenagem e abastecimento de águas, na rua do Brasil, junto à Praça 25 de Abril.
Para a execução dos trabalhos torna-se inevitável proceder, a partir de amanhã, ao corte integral de um troço da R. do Brasil, entre o Viaduto Calhabé e a saída do anterior parque de estacionamento, que condicionará, o acesso e tráfego rodoviário e pedonal bem como o acesso ao Posto de Abastecimento de Combustível pelo prazo de 70 (setenta) dias. Prevê-se, contudo, a conclusão dos trabalhos a tempo do arranque dos concertos dos Colplay.
Este condicionamento irá obrigar a desvios extensos do trânsito, a saber:
- o tráfego na direção Casa Branca – Baixa, deverá desviar pela Praça 25 de Abril, circundar o Estádio Cidade de Coimbra e Rua João de Deus Ramos e retomar a R. do Brasil pela R. General Humberto Delgado, R. Dom Manel I e R. Combatentes da Grande Guerra;
- o tráfego na direção Baixa – Casa Branca, terá de desviar pela R. Combatentes da Grande Guerra, R. Dom Manuel I subir o Viaduto Calhabé e retomar à R. do Brasil pela R. Ultramar ou seguir pela R. de Angola. Em alternativa, o transito poderá desviar pela R. Combatentes da Grande Guerra, circundar o Estádio Cidade de Coimbra e retomar a R. do Brasil pela R. Monsenhor Augusto Nunes Pereira.
O acesso de emergência e ao posto GALP estará salvaguardado, ao longo de todo o período de condicionamento, com acesso e saída diferenciado em duas subfases.
Todas estas informações estão disponíveis no site oficial do município.
É certo que este condicionamento irá trazer grandes perturbações à circulação automóvel e dos transportes públicos, com implicações nas zonas adjacentes, impondo demoras e constrangimentos acentuados. Contudo estão em curso obras no subsolo essenciais para preparar a cidade para as próximas décadas e que há muito aguardavam por execução.
É mais um constrangimento indispensável ao desenvolvimento da cidade, pelo que se apela à compreensão de todos!
Uma terceira nota para referir que o município continua o seu caminho de preservação e reforço do seu património arbóreo.
Em estreita colaboração com a Metro Mondego, vai-se proceder ao transplante de 40 oliveiras adultas atualmente existentes no vale de Sobral de Ceira, onde irá ser contruído o Parque de Material e Oficinas (PMO). A seleção dos locais teve por base as características dos terrenos, nomeadamente a inclinação (declives ligeiros ou ausência de declive) e as condições de acesso para a rega, de forma a garantir o sucesso do transplante.
Os espaços selecionados recaíram maioritariamente em espaços urbanos, designadamente:
Nó dos Olivais (2+6); R. Brigadeiro Correia Cardoso/S. Sebastião (9 oliveiras); Av. Fernando Namora (5 oliveiras); Via António Ferrer Correia (2 oliveiras) e Vale do Rosal (16 oliveiras).
Também o arvoredo integrante da linha do Hospital foi objeto de uma análise profunda e minuciosa com o objetivo de minimizar o impacte sobre o património arbóreo da cidade, sem, contudo, comprometer o avanço e a cronologia dos trabalhos. Partindo do pressuposto que só se poderiam impor ajustes muito pontuais ao projeto das infraestruturas e dos espaços envolventes, e sem interferir com o traçado do canal, assumiu-se que apenas teriam de ser abatidas as árvores que colidam diretamente com o canal do MetroBus ou que evidenciem problemas fitossanitários ou biomecânicos.
Na rua Lourenço de Almeida Azevedo a maioria dos abates previstos no projeto aprovado em reunião de câmara, pelo executivo anterior, prendiam-se essencialmente com opções formais da CMC de remover árvores que estão fora de contexto no que respeita à abordagem estética usada originalmente, em que a floração das árvores repetia as cores da bandeira da cidade. Ao longo do tempo, o padrão cromático e a cadência entre árvores foram sendo alterados, criando-se uma mancha arbórea com diferentes portes e espaçamentos, afigurando-se o projeto do SMM como uma oportunidade, porventura única, para repor a uniformização. Contudo para respeitar esta opção formal previa-se o abate de 46 unidades, às quais acresciam as árvores em estado biomecânico debilitado, num total de 59 unidades a serem abatidas.
Sem pôr em causa os critérios técnicos que justificaram esta opção, todas estas árvores, no contexto atual, poderão ser preservadas limitando-se o abate a 12 árvores, sendo que 9 unidades apresentam problemas fitossanitários ou biomecânicos justificando-se o abate por razões de segurança, e 3 unidades por colisão direta com o traçado do canal do MetroBus.
Não obstante, mantêm-se sérias preocupações no que respeita à afetação ao sistema radicular e aéreo de todo o conjunto em sequência das obras de preparação da caixa do pavimento e que poderão pôr em causa a sua sobrevivência. Foi por isso sublinhada perante as IP, a necessidade dos trabalhos serem devidamente acompanhados e monitorizados de forma contínua por parte de técnicos especialistas arboricultura. Outro requisito essencial é sempre que possível, apostar no transplante em detrimento do abate.
Dada a relevância desta questão, e estando este processo concluído esta e outras alterações ao projeto aprovado, serão submetidas à apreciação da próxima Reunião de Câmara.”