Convento de São Francisco – Estabilização na Encosta Poente da Calçada de Santa Isabel

1. IDENTIFICAÇÃO
Convento de São Francisco – Estabilização na Encosta Poente da Calçada de Santa Isabel

 

 

2. LOCALIZAÇÃO
Encosta Poente do Convento São Francisco e Calçada de Santa Isabel, na União das freguesias de Santa Clara e Castelo Viegas.

 

3. DESCRIÇÃO GERAL ADMINISTRATIVA
Prédio urbano, integrado no Convento São Francisco, junto à Calçada de Santa Isabel, pertencente ao Município de Coimbra.

 

4. PROJETO
O Projeto Geotécnico de Estabilização da Encosta do Convento de São Francisco foi desenvolvido pela JLCG – arquitetos, Lda/Afassociados, projetos de engenharia, S.A.

 

5. MEMÓRIA DESCRITIVA DO PROJETO DE EXECUÇÃO
A empreitada visa a estabilização da encosta, que se desenvolve a norte/poente do Convento São Francisco.
A área de intervenção encontra-se numa zona condicionada, abrangida pela Zona Especial de Proteção (ZEP) do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova / Mosteiro de Santa Isabel e é abrangido pela Zona de Proteção da Igreja do Convento de São Francisco (ZGP).

 

 

A intervenção de estabilização da encosta foi dividida em três zonas de intervenção distintas: 1 e 2 (Zi-A, Zi-B Zi-C) e zona 3 (Zi-NA).
A intervenção nas zonas 1 e 2 encontram-se incluídas na presente empreitada.
A zona 3 (Zi-NA) já foi intervencionada através da uma empreitada designada por “Estabilização na encosta da calçada de Santa Isabel”, concluída no final de fevereiro de 2023.

 

 

O acesso ao local dos trabalhos será preferencialmente realizado pela Calçada Santa Isabel, com recurso a gruas e outros meios de elevação, estruturas provisórias e/ou outros meios que se revelem necessários para o efeito.
Os trabalhos previstos decorrem do levantamento e da prospeção e estudos geológicos e geotécnicos realizados na encosta da Calçada Santa Isabel e S. Francisco, pela Tecnasol, S.A., onde foram aferidas as condições geológico-geotécnicas e as condições de instabilidade da encosta.

 

 

Esta zona do talude apresenta-se totalmente “mascarada” com deposição de calcite em toda a sua superfície, relacionada com a escorrência de águas superficiais e/ou relacionada com algum acidente tectónico, não evidenciado na carta geológica.

Esta zona apresenta-se, de um modo geral, com perfil estável, salientando-se, no entanto, a presença de algumas fraturas evidentes no maciço, que originam a descompressão do maciço.

A zona 2 caracteriza-se por um troço do talude com altura que varia entre 6m e 17m, sendo constituído por calcários margosos com espessura (L4-3) entre bancadas a variar entre 10 a 50 cm. Apresenta-se subvertical mas frequentemente com zonas de declives negativos e blocos em consola.

Este troço apresenta, ainda, uma fracturação muito penetrativa, extensiva a todo o maciço. As fraturas são predominantemente subverticais, maioritariamente abertas, com aberturas a variar entre 20 a 30 cm, por vezes com preenchimento argiloso. Trata-se por isso de uma zona muito instável.

 

Ilustração da zona 2 (norte)

Ilustração da zona 2 (sul)

 

Assim, a intervenção de estabilização da encosta, incide nas zonas 1 e 2:

Na zona de intervenção 1 (Zi-B – situada entre o limite Norte da área de intervenção e o edifício do “Círculo da Cultura Portuguesa”), serão realizados trabalhos de desmatação da encosta, limpeza da vegetação, materiais e blocos soltos que se encontram acumulados na base da encosta, conforme pareceres da Património Cultural, IP.
Os trabalhos de estabilização na zona 2 (sul) – Zi-A (situada entre o limite Sul da área de intervenção e a Calçada Santa Isabel), compreenderão, entre outros, a instalação de pregagens definitivas pontuais, para estabilização de blocos de menor dimensão, e de pregagens definitivas “sistemáticas” em malha aproximadamente regular, com e sem elementos de betão armado (para proteção e recalque), para estabilização dos blocos e massas de material rochoso de maior dimensão, com a seguinte descrição e sequência:
– Desmatação da encosta, limpeza de vegetação, saneamento de pedras e blocos soltos, ou em risco de queda iminente, nas áreas marcadas em planta e nos vários níveis da encosta, em toda a sua extensão;
– Limpeza da vegetação, materiais e blocos soltos que se encontrem acumulados na base da encosta;
– Marcação das pregagens definitivas a executar, assim como, de eventuais massas e blocos de material rochoso instáveis, pontualmente, caso não previstas na malha inicialmente definida;
– Colocação de rede de dupla torção, em aço galvanizado, fixa no topo da encosta com pregos curtos, para proteção e segurança dos trabalhos de estabilização a executar ao longo da encosta, a cotas inferiores;

 

Encontra-se ainda prevista a execução de pregagens definitivas ao longo da encosta, nas zonas de intervenção definidas e, pontualmente, onde se revele necessário, de acordo com o verificado no local aquando do desenvolvimento dos trabalhos.

Na zona de intervenção zona 2 (norte) – Zi-C (limitada entre o edifício do Círculo da Cultura Portuguesa” e a Calçada Santa Isabel), apresenta um grau de instabilidade muito elevado, visível em toda a sua extensão. A intervenção é caracterizada por diversos tipos de intervenção, de acordo com as necessidades específicas de cada local Para além da estabilização interna do maciço da encosta, consistindo em pregagens sistemáticas, dispostas em malha aproximadamente regular ao longo de toda a face da encosta, será também executado um muro de contenção solidário com estes elementos passivos de estabilização, fundado em microestacas ao longo de todo o desenvolvimento do alinhamento, que, para além da função estabilizadora da superfície da encosta nesta zona, terá também a função de apoio a estrutura de acesso pedonal, da Calçada Santa Isabel para a zona exterior do Convento São Francisco.

 

 

Deste modo, nesta zona de intervenção, os trabalhos de estabilização deverão ocorrer conforme a seguinte descrição e sequência:

– Desmatação da encosta, limpeza da vegetação, com eliminação química de todas as raízes de arbustos e de quaisquer espécies infestantes lenhosas que se situarão sob a estrutura de betão; saneamento de pedras e blocos soltos, ou em risco de queda iminente, nas áreas marcadas em planta e nos vários níveis da encosta, em toda a sua extensão;
– Limpeza da vegetação, materiais e blocos soltos que se encontrem acumulados na base da encosta;
– Marcação das pregagens e ancoragens a executar, assim como, de eventuais massas e blocos de material rochoso instáveis, pontualmente, caso não previstas na malha inicialmente definida;
– Colocação de rede de dupla/tripla torção, em aço galvanizado, fixa no topo da encosta com pregos curtos, para proteção e segurança dos trabalhos de estabilização a executar ao longo da encosta, a cotas inferiores;

– Execução de pregagens definitivas ao longo da encosta, na zona de intervenção definida e, pontualmente, onde se revele necessário, de acordo com o verificado no local aquando do desenvolvimento dos trabalhos;
– Execução das estruturas de contenção em betão onde previsto, de jusante para montante, por níveis de betonagem e colocação de armaduras, com alturas não superiores ao permitido pelo sistema de cofragem a adotar. A execução dos muros iniciará sempre com a execução de microestacas de fundação e respetivo “maciço” de fundação, posteriormente solidários com a estrutura de contenção, assim como as pregagens que ficarão embebidas na estrutura de betão, nas quais deverá ser previsto um comprimento de pregagem saliente até um máximo de 1,0m da face exterior do muro a betonar, para permitir a posterior amarração no mesmo.
Para além da estabilização geral da encosta, encontram-se, ainda, previstos, na presente empreitada, os seguintes trabalhos:
– Drenagem superficial da encosta, de modo a permitir a drenagem de águas que eventualmente se acumulem no tardoz das estruturas de contenção em betão previstas executar, serão executados drenos subverticais, em tubos de PVC canelados e perfurados, protegidos da betonagem, com diâmetro Ø60mm, com disposição intercalada com as pregagens a executar, ou, na proteção de níveis de material desagregável ou pontos preferenciais de escoamento de água, em zonas que evidenciem, ou onde se prevejam, afluências de água. Na interface encosta/muro de betão, o topo do dreno será protegido com uma bolsa em geotêxtil, com brita, para evitar a colmatação do dreno aquando da betonagem da estrutura de contenção em betão.

– Execução da 2.ª fase da drenagem de águas subterrâneas, no envolvente noroeste, da sala D. Afonso Henriques.

 

 

6. ARQUEOLOGIA

Genericamente, esta intervenção localiza-se numa área de potencial arqueológico e antropológico elevado. Na cerca do antigo Convento de S. Francisco, foi identificada uma extensa necrópole associada às “Invasões Francesas”, posteriormente utilizada durante as “Lutas Liberais” no início do século XIX, estando ainda por identificar a área de enterramento da necrópole da antiga igreja do Convento de S. Francisco, que pelo que, se preveem trabalhos arqueológicos a desenvolver por equipa de arqueologia, com componente de antropologia associada, devidamente credenciada junto das entidades competentes, previamente aprovadas pelo dono de obra.
Os trabalhos de arqueologia a executar enquadram-se no estabelecido no Regulamento dos trabalhos Arqueológicos publicados no D.L. N.º 164/2014, de 4 de novembro, conjugado com a circular n.º 1/2014, de 11 março da DGPC – “Trabalhos de Antropologia Biológica em Contexto Arqueológico”.
Estão previstos nos trabalhos de arqueologia, “acompanhamento da desmatação e de prospeção minuciosa, para identificação precisa das áreas de sensibilidade arqueológica já inventariadas e reconhecidas, mas que importa delimitar com a precisão necessária às decisões sobre as futuras áreas de sondagem e/ou escavação em área por forma a aplicar o princípio da conservação pelo registo científico, nas afetações estritamente necessárias à execução do projeto”, conforme consta do parecer da CCDRC de 25/05/2025), a efetuar nas zonas A ; B e C. Nas zonas A e C, estão previstas sondagens prévias de diagnóstico (que poderão potenciar, escavação em área), das áreas de maior afetação do projeto; acompanhamento arqueológico de todos os trabalhos que envolvam revolvimento do subsolo, desconstruções de estruturas ou elementos com valor patrimonial relevante, nos termos definidos no parecer da CCDRC – ID 183055/2024. a efetuar por equipa de arqueologia, com componente de antropologia associada.
No cumprimento do RTA, acima referido, os resultados obtidos durante os trabalhos arqueológicos serão convertidos em relatórios Técnico-científicos, a apresentar à Tutela para aprovação.

 

7. CONCURSO PARA A REALIZAÇÃO DA OBRA

 

 

8. EXECUÇÃO DOS TRABALHOS

A Direção de Fiscalização da obra será efetuada pela Divisão de Edifícios e Equipamentos Municipais, com o apoio da Divisão de Infraestruturas e Espaço Público, na componente do projeto geotécnico.
A coordenação da segurança e do ambiente em obra será da responsabilidade da Divisão de Gestão de Contratação Pública.
Os trabalhos de arqueologia, incluindo a componente de antropologia associada, serão acompanhados e fiscalizados pelo Gabinete de Arqueologia da Câmara Municipal.

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