O desenvolvimento da produção de faiança em Coimbra deveu-se essencialmente à prolifera comunidade oleira da cidade, impulsionada pelo facto de este ser um centro por excelência para as rotas de comercialização do papel, usufruindo da via de ligação que o Rio Mondego proporcionava entre o interior e o litoral.
A primeira metade do século XVIII foi a época áurea da produção de faiança Coimbrã. Proliferavam artesãos e a produção quadruplicou. Este sucesso deveu-se essencialmente ao baixo custo face à excelente durabilidade das peças, sendo a faiança de uso corrente (peças mais robustas e formas mais simples) a mais solicitada, não sendo isto sinónimo de falta de excelência técnica, mas sim uma opção puramente comercial; aqui eram produzidos vários tipos de louça, desde a mais barata, até à faiança mais nobre, caracterizada por uma elevada qualidade técnica e feita a partir das melhores argilas e barros, tendo estas peças como destino a exportação. As cores mais tradicionais usadas na louça de Coimbra são o azul cobalto, sépia, amarelo e verde e as peças mais típicas são as canecas de peixe, pratos, travessas, bilhas, potes e boiões.
Até aos nossos dias sobrevivem ainda peças da “Sociedade Cerâmica Antiga de Coimbra, Lda.” sendo este o exemplo máximo da continuidade das tradições seculares na olaria Coimbrã.